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Domingo, 30 de junho de 2024

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NOS CONFRONTOS FORJADOS

"Policiais militares sequer sabiam quem estavam executando", alegam promotores

Na peça acusatória do Ministério Público (MPMT), que denuncia 17 policiais militares por supostamente participarem de execuções sumárias durante “falsos confrontos”, os promotores alegam que os agentes não tinham conhecimento das pessoas que estavam executando. Isso quer dizer que os PM’s não sabiam se os indivíduos que foram “cooptados” para um roubo possuía passagens criminais ou se de fato eram criminosos contumazes.


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No documento, ao qual a reportagem teve acesso, os integrantes do órgão ministerial apontam que o segurança/vigilante Ruiter Candido da Silva foi “contratado” pelo grupo criminoso para arregimentar pessoas a participarem de um roubo com a promessa de que a empreitada criminoso renderia bastante lucro.
 
Ao ser interrogado por promotores que integram o Núcleo de Defesa da Vida da Capital, Ruiter confessou a condição de cooptador e confirmou as suspeitas de que essas situações (confrontos) eram “armadas” em conjunto com policiais militares, visando tirar de circulação indivíduos com ou sem passagens criminais.
 
“Com a “estória cobertura” de que realizariam assaltos altamente lucrativos em locais de fácil acesso, quando na verdade eram atraídos para verdadeiras emboscadas para, em encenada situação de ‘confronto’, serem executados sumariamente, sem chance de reação ou defesa”, diz trecho da peça acusatória.
 
Essa trama de Ruiter e os policiais militares teve início após um roubo ocorrido na casa do sogro do vigilante, que é irmão de um coronel da Polícia Militar.
 
A partir disso, Ruiter foi apresentado aos policiais militares para ajudar na identificação de autores de crimes, vez que “transitava bem entre criminosos”. Na sequência, ele passou a ser orientado a se “infiltrar” no meio dos criminosos para repassar informações às ditas “inteligências” das unidades especializadas da corporação e a instigar indivíduos a cometerem crimes. A ideia era para que esses potenciais “ladrões” fossem presos pelos agentes de segurança pública para gerar “produtividade, respeito e promoções no meio policial”.
 
No entanto, durante depoimento, Ruiter relatou que a finalidade dessa “parceria” começou a mudar: em vez de prender criminosos, Ruiter e os militares, segundo o Ministério Público, passaram a objetivar matar os supostos “bandidos”.
 
O modus operandi
 
Ruiter já previamente combinado com os policiais militares da inteligência, cooptava (diretamente ou por interposta pessoa) indivíduos dispostos a praticarem um roubo. Para tentar convencê-los, em alguns casos, o vigilante se dizia segurança do local e que isso facilitaria o roubo.
 
“Entretanto, tudo era armação. Ruiter então, sob o pretexto de guiá-los até o local onde se daria o roubo, conduzia os supostos criminosos para uma armadilha, pois no caminho, em local geralmente ermo e já antecipadamente definido com os policiais da inteligência, equipes operacionais dos respectivos batalhões aguardavam para interceptar os supostos ‘bandidos’. Ali, simulavam um confronto para executar as vítimas”, detalhou.
 
Os promotores ainda informaram que, em todos os casos, verifica-se que o responsável por selecionar as pessoas que seriam mortas (ditos “malas”) as escolhia a esmo e de acordo com suas impressões pessoais, e que os policiais militares envolvidos direta ou indiretamente nos homicídios sequer sabiam quem estava sendo executado.

“Dentre os vários elementos de convicção já produzidos no curso de cada investigação, o referido implicado confirmou que atuou como “batedor”, em vários casos conduzindo o veículo VW Fox, de cor vermelha, para atrair as vítimas até o local previamente ajustado com os militares, que as aguardavam para abordá-las e, em seguida, executá-las sumariamente”, completou.
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