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Sábado, 20 de julho de 2024

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DO SONHO ÀS CINZAS

Destruído por incêndio, Shopping Popular já foi palco de homicídios; relembre

Foto: Olhar Direto

Destruído por incêndio, Shopping Popular já foi palco de homicídios; relembre
Antes de ser destruído por um incêndio na madrugada da última segunda-feira (15), o Shopping Popular de Cuiabá já foi cenário de outras tragédias ao longo de sua história. A mais recente foi o duplo homicídio ocorrido em novembro de 2023, quando o comerciante Gersino Rosa dos Santos, 43 anos, o ‘Nenê Game’, e Cleyton de Oliveira de Souza Paulino, 27, foram mortos por Silvio Junior Peixoto.


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O crime foi gravado pelo circuito interno de segurança do comércio. Imagens mostram o momento em que o suspeito, vestindo uma bermuda jeans, camiseta branca e tênis, aparece andando por um corredor do Shopping Popular antes de cometer o duplo homicídio.

No momento seguinte, o criminoso se aproxima de Gersino que estava parado ao lado de uma banca e atira contra ele pelas costas, fugindo em seguida. O tiro transpassou a vítima e atingiu Cleyton, que estava do outro lado da barraca, matando-o. Após cometer o crime, Silvio fugiu andando tranquilamente pelo comércio.

Ele foi preso em março deste ano na casa da tia de uma ex-namorada, em Urbelândia, no estado de Minas Gerais.

Já em abril, Jocilene Barreiro, 60, e Wanderlei Barreiro da Silva, 31, mãe e filho, respectivamente, foram presos em Mato Grosso do Sul acusados de serem os mandantes do assassinato de Gersino. O fato, segundo as investigações, aconteceu por uma sede de vingança, após a vontade da mulher de fazer justiça pela morte de um filho que havia sido assassinado, segundo a mulher, pela vítima.

Contudo, a Polícia Civil descartou que Gersino tivesse qualquer tipo de relação com a morte do filho de Jocilene.

A sede de vingança da mulher, no fim, culminou na morte de duas pessoas "inocentes".

Segundo homicídio

Em dezembro de 2022, o empresário Josinaldo Ferreira de Araújo, conhecido como Naldo do Tereré, foi assassinado a tiros por dois criminosos. Câmera de segurança flagrou o momento em que a vítima conversa com os suspeitos, que em seguida, efetua disparos de tiros contra ele.

Após o fato, os criminosos tentaram fugir. Na saída, um deles foi parado pela Polícia Militar e apontou a arma para as autoridades, que reagiram e o acertaram, matando-o. O segundo suspeito, por sua vez, foi pego no posto de gasolina próximo ao Shopping.

Investigações da Polícia Civil apontaram que ele foi assassinado por contrabandear cigarros sem autorização da facção criminosa Comando Vermelho (CV). 

Em agosto de 2023, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) deflagrou a Operação Unity, para prender outros criminosos envolvidos na morte do empresário. Ao todo, nove mandados, sendo três de prisão, e busca e apreensão foram cumpridos.

Os criminosos seriam integrantes de uma facção criminosa.

Do sonho às cinzas

A história do “camelô” ou “shopping do camelô”, como é conhecido até hoje, começa na década de 90, quando aproximadamente 400 comerciantes que atuavam nas ruas do Centro de Cuiabá foram alocados para o novo espaço, localizado no bairro Dom Aquino.

Com uma área de mais de 10 mil m², entre as avenidas Beira Rio, Carmindo de Campos e Tenente Coronel Duarte (Prainha), o Shopping Popular abrigou os comerciantes sob muita relutância e protestos em um primeiro momento, pois reivindicavam melhoras no espaço, onde utilizavam duas salas cedidas pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) como banheiro.

Após duas décadas de história, o centro comercial ganhou uma grande reforma. Em 21 de julho de 2015 foi inaugurado o novo Shopping Popular, com amplo estacionamento, estrutura moderna e praça de alimentação, abrigando mais de 600 associados, que tinham o local como principal fonte de sustento.

Em maio de 2024, foi anunciada uma obra de ampliação do local, que prometia mais de 50 mil m² e um anexo com 8 andares, onde 7 seriam para estacionamento com mais de mil vagas, além de aumento no número de cadeiras na praça de alimentação, construção de um espaço kids, academia e 3 cinemas.

A ampliação seria uma permuta entre o Shopping Popular e a Prefeitura de Cuiabá, visando o cumprimento da lei n° 6900 publicada em janeiro de 2023 e deveria ficar pronta em dois anos.

Já na madrugada de segunda-feira (15), os comerciantes do estabelecimento viram o sonho se tornar em cinzas, após o Shopping ser atingido por um incêndio, que destruiu as estruturas do local e acabou com 600 lojas.

De acordo com as informações apuradas, o fato aconteceu por volta das 2h30. Câmeras de segurança do estabelecimento flagraram o momento em que uma fumaça começa. 

Perícia que deve ficar em 30 dias deve apontar a real causa do incêndio, mas a Polícia Civil acredita que as chamas tiveram início em parte elétrica. 

Presidente da associação, Misael Galvão, afirmou que o espaço não possuia seguro. 

Após o fato, comerciantes homologaram em reunião, na última terça-feira (16), ocuparem provisoriamente o campo e pista de atletismo do Complexo Esportivo do Dom Aquino. Contudo, o Ministério Público do Estado (MPE) emitiu nota na qual informa que as lojas não podem ser instaladas no espaço, pois o complexo se trata de um bem de uso comum do povo e sua ocupação privada, mesmo que temporária, não atende aos fins e interesse da coletividade.
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