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Quinta-feira, 04 de julho de 2024

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leite e derivados

Prefeitura apreende lácteos e leiteiros temem desemprego

Uma equipe de fiscalização da Vigilância Sanitária da prefeitura de Barra do Garças fez nesta sexta-feira (11) uma apreensão de leite in natura e derivados no município que causou protesto de leiteiros e de alguns moradores.

 
O coordenador municipal de Agricultura, Salomão Pacini Leal, ponderou que a ação movida pela prefeitura visa diminuir as denúncias de venda e consumo de produtos contaminados na cidade. Todavia a medida pegou muita gente desprevenida, principalmente os leiteiros, que temem o desemprego a partir dessa decisão.

A movimentação da fiscalização começou na segunda-feira, com fiscais abordando as carretinhas com leite in natura e outros produtos. Os produtos apreendidos foram incinerados ontem, sob protesto. O leiteiro A.S.S., que mora no bairro Santo Antônio, preferiu não ser identificado, temendo represálias. Ele explicou que há 30 anos trabalha vendendo leite de porta em porta porque é o único serviço que ainda dá conta de fazer. “Eu já estou velho e não consigo trabalhar em outra coisa”, destacou.
 
A.S.S. explicou que pega o leite com um chacareiro do município e nunca teve reclamação quanto à qualidade de sua mercadoria. Ele concorda quanto à  necessidade de fiscalizar a higienização e o transporte do leite, mas argumenta que o leite in natura é mais saudável que o de caixinha, que contém produtos químicos, como os conservantes, para mantê-lo mais tempo na prateleira. Segundo ele, existe na verdade uma queda-de-braço, com os mercados e laticínios querendo eliminar a todo custo a figura do leiteiro na cidade para que possam lucrar mais.

O leiteiro explicou que centenas de famílias dependem desse serviço para viver, sem contar a população que não tem dinheiro para comprar leite de caixinha junto aos supermercados. Ele explicou que em média um litro de leite de caixinha custa R$ 1,80 na cidade, enquanto que os leiteiros entregam para pagar no final do mês a R$ 0.90. “Nós estamos sofrendo com essa medida, porém vai ficar pior para o povo mais carente que não tem cartão de crédito ou dinheiro para comprar nos mercados, à vista. Esses correm o risco de ficar sem beber leite”, alerta.

Na operação realizada pela Vigilância Sanitária foram apreendidos vários quilos de mussarela, queijos e leites, segundo os fiscais, em condições inadequadas para consumo. Os leiteiros reclamam que o prefeito de Barra do Garças, Wanderlei Farias(PR), poderia achar uma solução menos drástica para esse impasse em vez de proibi-los de trabalhar.
 
Sobre a proposta de formar uma cooperativa para industrializar e empacotar o leite, como sugeriu o coordenador de Agricultura, os leiteiros informaram que não funciona na prática porque eles sempre acabam reféns dos laticínios que oferecem um lucro pequeno no final e a mercadoria se torna cara para o consumidor.

Eles ainda ponderaram que o desemprego é grande na cidade e pediram ao prefeito que revogue essa lei para buscar uma solução plausível. Contudo, o grupo não esconde o descontentamento com a decisão do prefeito barra-garcense que ameaça o Natal e o futuro deles na cidade.
 
Os produtores de leite querem também uma explicação da presidente da Câmara Municipal, vereadora Antônia Jacob (PR), e do presidente da Associação de Produtores (Hortiagro), Regis Resende, lembrando que os ajudaram a se eleger e que, portanto, deveriam defendê-los no presente caso.
 
A reclamação é maior sobre o presidente da Hortiagro que inclusive ocupa cargo de confiança na Secretaria de Desenvolvimento Rural.
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