O vestibular do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) foi marcado pela desorganização e tumulto na manhã deste domingo (13). Revoltados, pais dos estudantes arrombaram o portão principal do prédio e invadiram a escola para garantir que os filhos conseguissem fazer as provas do processo seletivo 2010/01.
O exame deveria iniciar às 8h, no entanto, faltando 10 minutos para começar as provas, mais de 100 alunos e pais ainda estavam do lado de fora da escola. Isso porque, apenas um portão pequeno estava aberto com um fiscal para checagem dos documentos. Os pais protestaram e começaram a gritar palavras de ordem contra a deficiência e acabaram empurrando e arrombando o portão da antiga Escola Técnica Federal (ETF).
O fato foi apenas o início do tumulto. Já abalados emocionalmente alguns alunos foram para as salas fazer as provas. No entanto, enquanto alguns já estavam com os exames em mãos, outros enfrentavam problemas com a documentação. Em mais uma falha da coordenação do vestibular, no edital não constava a necessidade de um documento com foto para realização das provas.
Muitos alunos foram apenas com a certidão de nascimento e tiveram problemas, conforme relatou ao
Olhar Direto, o pequeno empresário Danilo Helmman, pai de um dos alunos. Hellman conta que, após o tumulto na entrada da escola, o filho dele ligou solicitando que fosse até o local, pois não estava conseguindo entrar na sala para realizar a prova por falta de um documento com foto.
Ao chegar no local, Danilo comprovou ser pai do estudante e conseguiu convencer o fiscal a deixar o jovem a realizar a prova. Percebeu, entretanto, que os demais estudantes que estavam na mesma sala de seu filho já haviam iniciado a prova. Ou seja: já está caracterizado um tratamento desigual, pois a regra básica determina o início simultâneo por todos os alunos.
Mesmo após resolver o impasse para seu filho, Hellman presenciou outro tumulto, quando ia sair da escola. Segundo ele, cerca de 50 pais ainda reclamavam com a coordenadora do vestibular sobre a falha no edital. Um deles chegou a ameaçar a coordenação dizendo que pretende entrar com mandado de segurança para invalidar o vestibular.
A polícia foi chamada para reforçar a segurança, no entanto, provocou mais revolta aos pais devido à grosseria com que foram tratados pelos oficiais. Um deles chegou a gritar e mandar os pais “calarem a boca”. “Todo mundo aqui cale a boca, porque quem vai falar agora sou eu”, disse um dos policiais, em tom autoritário.
Os pais alegaram que a conversa era com a coordenadora e não com ele, mesmo assim, o policial manteve a grosseria. Não há posicionamento da escola até o momento sobre quais medidas serão adotadas ou se o vestibular deverá ser cancelado.
Atualizada às 11h43