O delegado de Barra do Garças, Adilson Gonçalves, apresentou nesta quarta-feira (3) o fugitivo recapturado Jovelino Lopes Viegas, 44 anos, preso pela Policia Civil de Indiavaí , no interior de Mato Grosso.
Réu confesso condenado a 67 anos de prisão, Jovelino é acusado de ter estuprado e matado uma menina de 8 anos e uma adolescente de 13 anos, em fevereiro de 2005. O acusado ficou três anos escondido num assentamento agrário na cidade Indiavaí, próximo a divisa com a Bolívia. Lá ele se passava de agricultor e estava com a sua família vivendo normalmente.
Ele foi encontrado quando estava na cidade comprando material escolar para os filhos e o nome dele apareceu no cadastro do Sistema de Informação da Segurança(Infoseg). Depois de preso em Indiavaí, ele foi encaminhado para Araputanga e posteriormente transferido para Barra do Garças.
Na manhã desta quarta, Jovelino concedeu entrevista a imprensa no gabinete do delegado Adilson Gonçalves, que o prendeu há cinco anos atrás. O acusado justificou as fugas alegando que teme ser morto dentro da cadeia pelos colegas. “Eu sempre fui jurado e temia pela minha vida” explica. Nessa volta à Barra do Garças, Jovelino tentou desconversar sobre o crime e disse que não estava sozinho e que havia mais gente.
Porém a versão dele foi prontamente rebatida pelo delegado Adilson. “Ele mesmo confessou o crime” recordou o delegado.
O delegado Adilson lembrou a Jovelino, contando que ele atraiu as meninas para o seu sitio no Paredão com promessa de chupar abacaxi. Aproveitando da ocasião, Jovelino dominou as meninas amarrando elas dentro de um quarto. Ele mesmo contou a polícia, que primeiro estuprou adolescente de 13 anos e depois a de 8 anos. Na sequencia decidiu matar as meninas por asfixia, estrangulando-as. Segundo o delegado, o acusado teve tempo de preparar uma cova rasa próximo ao córrego onde ocultou os cadavares.
O crime somente foi descoberto porque um vizinho de Jovelino teve a curiosidade de cavar alguns buracos perto do córrego e encontrou os corpos, dias depois. Jovelino que havia negado anteriormente o crime, foi novamente preso e desta vez confessou o crime com requintes de crueldade.
Sobre a fuga dele em Rondonópolis, o acusado relembra que aproveitou uma motim na cadeia local e escapou. “Eu fugi porque sempre temi ser morto por colegas na cela” tenta justificar o acusado. Na entrevista de hoje, o acusado admitiu que mesmo foragido nunca conseguiu dormir em paz e diz que pensava em se entregar para Justiça.
Condenado a 67 anos de detenção, Jovelino deve ser transferido para o presídio de segurança máxima de Água Boa, cuja transferência deve acontecer nos próximos dias, conforme anunciou o diretor da cadeia de Barra, Flávio Monteiro. “Estamos esperando um carro e resolver alguns papeis para encaminhá-lo para Água Boa” explicou Monteiro.
O diretor informou que mesmo com 67 anos de condenação, com 1/6 da pena aproximadamente 14 anos de reclusão, o acusado poderá participar do regime semi-aberto.