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Sábado, 27 de julho de 2024

Notícias | Cultura

Por que eu assistia ao 'E.R.'?

Comecei a assistir a E.R. em 1995, quando estava no sexto ano da faculdade de medicina em São Paulo. Na época, eu passava quase 80 horas por semana no hospital entre plantões, cirurgias e consultas. Por que então gastar minhas preciosas noites de domingo vendo mais daquilo que eu já vivia a semana toda?

Primeiro, os episódios eram muito realistas do ponto de vista técnico: diagnósticos, drogas e doses eram citados com uma precisão que impressionava o quase-médico que eu era. Mas acho que o principal era que eu podia reconhecer alguns dos mesmos conflitos e dramas pessoais que eu vivia no hospital - só que coloridos pelo glamour da ficção. Professores arrogantes quebravam a cara, residentes farsantes eram desmascarados e os pacientes ficavam eternamente agradecidos aos seus salvadores.

Lembrando Aristóteles, desde os tempos da tragédia grega é assim: nós nos identificamos com nossos heróis e, vivendo com eles seus dramas e paixões, "purgamos" (para usar um antigo termo médico) nossos medos e angústias. E assim, eu estava pronto para mais uma semana de plantões, noites mal dormidas e broncas de professores.

Agora, por que pessoas que nada tem a ver com o mundo médico se interessaram pelo E.R., perguntem ao George Clooney...

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