O ministro de Cultura, Juca Ferreira, disse que o país tem vivido um verdadeiro apartheid da cultura, porque a maioria da população não tem acesso aos bens e serviços culturais, apersar de muitos municípios produzirem cultura. O discurso de Ferreira foi um desabafo durante o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília.

Juca Ferreira defendeu que é preciso dar condições à população ter acesso à cultura e ocorrer um processo de valorização da cultura brasileira, para assim, superar o sentimento de inferioridade com relação à cultura européia. Segundo dados apresentados pelo ministro, apenas 13% dos brasileiros frequentam cinema ao menos uma vez por ano.

Além disso, 92% da sociedade nunca visitou a um museu e 78% nunca foi a um espetáculo de teatro. Juca disse ainda que 93,4% da população nunca foi a uma exposição.

Outra preocupação demonstrada pelo ministro é com o baixo indíce de leitura. No Brasil, a média de livros lidos por ano é de 4,7, enquanto na Europo este número chega a 7. No entanto, Juca Ferreira destaca que a média de preço dos livros é de R$ 25, valor considerado elevado para que a população tenha acesso às grandes obras.

Ferreira, então, aproveitou para destacar a importância da biblioteca, aproveitando para cobrar que os prefeitos invistam na compra de livros e não permitam que as bibliotecas se tornem apenas um depósito de livros. “É preciso que as bibliotecas se tornem centro culturais e atrativas para a população”, afirmou.

Apesar de ainda não existir um estudo oficial sobre a representação do segmento cultural no Produto Interno Bruto, Ferreira informou que já chega a quase 10% e enfatizou o fato de 56,7% da população ocupada na área de cultura não tem carteira assinada.

Programa Mais Cultura

O ministro aproveitou para divulgar o Programa Mais Cultura para os prefeitos e incetivá-los a aderir ao projeto de acessibilidade à cultura. Segundo Juca Ferreira, mais de 50% dos municípios já aderiram ao programa.

A idéia é melhorar a qualidade de vida da população, valorizar e incentivar a cultura, além de facilitar o acesso às manifestações culturais. Dentre as ações do programa, uma delas é o Ponto de Cultura. Em Mato Grosso, o Ponto de Cultura funciona no Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, além do Projeto Ciranda.