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Sábado, 27 de julho de 2024

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Comércio de Davos sofre ‘mutação’ durante Fórum Econômico Mundial

A cidade-sede do Fórum Econômico Mundial recebe todo ano, durante uma semana, políticos, empresários e líderes religiosos. Com eles, chegam grandes ou pequenas comitivas, que ocupam hotéis, frequentam restaurantes, cafés e lojas.


Entretanto, de acordo com proprietários de estabelecimentos, o movimento muda, mas não fica nem melhor nem pior.

A proprietária do café e restaurante Schneider, Yvonne Wiprächtiger, diz que o volume de trabalho aumenta e que suas funcionárias devem contar com horas extras, algo que lhes é informado no ato da contratação. Ela ressalta, no entanto, que o controle dos sindicatos é rígido e, por isso, cada minuto extra de trabalho é remunerado.

“Normalmente elas trabalham entre oito e oito horas e meia. Durante a semana do Natal e a de Davos, no entanto, quando temos o maior movimento do ano, esse número sobe para 12 horas diárias e não há folgas. Mas todas elas sabem disso e nós organizamos uma compensação antes e depois desses períodos”, explica.

O que mais agrada Wiprächtiger durante a realização do encontro mundial, contudo, é a clientela que passa a frequentar o local.

“São clientes ‘caros’, que não consomem apenas um prato e uma bebida, mas pedem vinho, entrada, prato principal, sobremesa, café. [A semana do fórum] faz com que talvez não haja tantos clientes, mas os que vêm, pagam bem”, afirma.

Localizado na rua principal da cidade, o estabelecimento leva a vantagem por estar próximo ao centro, à estação de trem, aos principais hotéis e ao centro de convenções, o que atrai ainda mais visitantes.

Uma grande descoberta de Wiprächtiger e do marido, que adquiriram o local da família Schneider há dez anos, foi a de alugar espaços para eventos e reuniões de executivos.

Não só há grande procura como a demanda cresce a cada ano. Tanto que eles já estão construindo novas salas de reunião, um dos pedidos mais frequentes das empresas.

“Entre o terraço e a parte interna temos capacidade para 300 pessoas, mas vimos que vale a pena fechar o local para eventos particulares, pois compensa financeiramente”, diz.

Nem melhor, nem pior
Já François Münger, dono de uma loja de equipamentos e acessórios fotográficos, diz que o movimento três ou quatro dias antes do fórum praticamente acaba.

Durante o evento, quase não há turistas no estabelecimento, e os maiores frequentadores são os assessores e motoristas dos convidados.

“As pessoas estão muito ocupadas durante o fórum, sem tempo para fazer compras. Há dez anos isso era diferente, fazíamos melhores negócios. No geral posso dizer que as vendas não melhoram, nem pioram”, afirma Münger. 

Os proprietários da Swiss Souvenirs, especializada em lembranças do país, garantem que fazem bons negócios durante a semana do fórum, mas que o período não é, necessariamente, melhor que no restante da temporada de inverno.

Para eles, o ano foi "excepcional", talvez até melhor do que o ano passado, mas não é o fórum o responsável por isso.

“Aqui, entram muitos participantes do encontro, que querem levar lembranças da Suíça para casa. Este ano, o movimento foi muito bom, mas já tivemos outros anos melhores. Tudo depende, pois algumas vezes o turista comum compra mais, porque veio para a cidade justamente para isso. Enquanto os empresários estão muito compromissados com as reuniões e encontros”, afirmam.

Hotéis: 24 mil leitos ocupados
De acordo com o prefeito da cidade, Hans Peter Michel, o setor mais beneficiado é mesmo o hoteleiro, já que 20% do faturamento anual dos estabelecimentos resulta da semana do fórum econômico.

“Eu diria até que o faturamento dos hotéis durante este período é maior do que durante o verão inteiro”, afirma. 

A Secretaria de Turismo informa que os 24 mil leitos em Davos e na localidade de Klosters, distribuídos em 59 hotéis, ficam completamente ocupados durante o período, tanto por convidados do evento quanto turistas que vêm à cidade passar a alta temporada de inverno.

“Ainda não temos os dados deste ano, mas, no mesmo período de 2008, tivemos o registro de 22,4 mil leitos ocupados”, diz Cornelia Lindner, da Davos Klosters Tourismus.

A cidade deve receber outros três hotéis, de grandes redes internacionais, com quatro e cinco estrelas, até 2012, quando também está programada a inauguração da ampliação do Centro de Convenções que, conforme o prefeito, “ficou pequeno para Davos”.
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