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Terça-feira, 30 de julho de 2024

Notícias | Economia

Bovespa fecha em queda de 1,60%, mas ganha 4,6% na semana

A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) devolveu parte dos ganhos acumulados no mês --de 11,5% até ontem-- acompanhando a tendência das Bolsas americanas nesta sexta-feira. O câmbio doméstico atingiu R$ 2,29. Na semana, a Bolsa valorizou 4,57% enquanto a cotação da moeda americana subiu 1,68%.


O termômetro da Bolsa, o Ibovespa, retrocedeu 1,60% no fechamento, aos 41.907 pontos. O giro financeiro foi de R$ 3,09 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York fechou em queda de 1,87%.

O dólar comercial foi vendido por R$ 2,293, em forte alta de 2,36%. A taxa de risco-país marca 412 pontos, número 2,27% acima da pontuação anterior. "O mercado ficou com um fluxo negativo nestes últimos dias, mas caiu durante vários dias, e era natural que em algum momento o preço do dólar tivesse algum retorno", comenta Marcos Trabold, da mesa de operações da corretora B&T.

Perspectivas
Uma das principais notícias desta semana foi o retorno dos investidores estrangeiros à Bolsa brasileira: até o pregão do dia 24, o saldo estava positivo em R$ 1,6 bilhão. Esse fluxo de recursos melhorou as expectativas dos profissionais de mercado. Para o analista da corretora TOV, Décio Pecequilo, o índice Ibovespa deve superar a marca dos 42.755 pontos (pontuação máxima deste ano) nos próximos dias.

"Quando a Bolsa atingiu esse patamar, os estrangeiros já estavam retornando, mas aos poucos. Agora, eles começaram a voltar, só que forma mais acelerada", comenta. Pecequilo destaca a forte participação (87%) de estrangeiros na recente emissão de ações da Redecard como um dos sinais mais importantes do interesse externo pelo mercado brasileiro.

Para ele, o mercado já pode ter começado a antecipar o final de recessão, esperado para o final deste ano. "Uma das principais incógnitas desta crise parece que já começou a ser resolvida: o preço daqueles 'ativos tóxicos'", avalia, citando o plano do Tesouro dos EUA. O governo americano quer atrair investidores privados para leilões em que os bancos repassariam os papéis "podres" criados ao longo da crise dos créditos "subprime".

Pecequilo destaca, no entanto, três riscos para estragar esse cenário mais otimista: problemas na reunião do G20, marcada para abril; a crise econômica e política dos países do Leste Europeu, e finalmente, a questão dos cartões de crédito nos EUA --para alguns economistas, uma nova "bolha" que poderia afetar a já combalida economia americana.

EUA
Entre as principais notícias o dia, o Departamento de Comércio dos EUA apontou um incremento de 0,2% no nível de gastos das famílias em fevereiro, ante uma alta de 1% em janeiro. Economistas do setor financeiro previam um avanço de somente 0,1%. E a sondagem da Universidade de Michigan ainda mostrou uma melhora do nível de confiança do consumidor americano em sua economia.

As notícias da Europa, no entanto, lembraram que a recuperação da economia global será um processo difícil e, provavelmente, vagaroso: o Reino Unido informou que o PIB (Produto Interno Bruto) teve decréscimo de 1,6% no quarto trimestre de 2008. O resultado é o pior desde o segundo trimestre de 1980, quando o PIB chegou a cair 1,8%.

Empresas
A fabricante de aviões Embraer anunciou uma queda de 63,8% nos lucros devido ao impacto do câmbio. Foram R$ 428,8 milhões em 2008, contra R$ 1,185 bilhão em 2007. A ação ordinária desabou 8,49% na sessão de hoje.

A Aracruz Celulose apresentou números ainda piores, com o efeito da desvalorização cambial sobre suas operações financeiras. A fabricante de celulose reportou prejuízo líquido de de R$ 4,194 bilhões no ano passado, em contraste com os ganhos de R$ 1,044 bilhão no exercício de 2007. A ação preferencial despencou 7,27% no pregão desta sexta-feira.
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