Olhar Direto

Domingo, 16 de junho de 2024

Notícias | Economia

Câmbio é 'problema sério e imediato', diz novo presidente da CNI

A questão cambial é um problema "muito sério e imediato", segundo avaliação feita nesta quarta-feira (17) pelo novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga. Segundo ele, a indústria nacional está perdendo competitividade por conta do dólar baixo - fator que encarece as vendas externas brasileiras e torna as importações mais baratas.


"Estamos realmente perdendo competitividade. Não podemos deixar acontecer porque a indústria é responsável pelo aumento de produtividade e competitividade de outros setores da economia. Temos algumas soluções, como a tributação das aplicações financeiras de estrangeiros, que o governo já está fazendo. Isso eu acho que melhora um pouco", disse ele, defendendo o aumento do IOF para estrangeiros já autorizada pelo governo federal.

Outras soluções possíveis, segundo ele, pode ser o retorno do Imposto de Renda para aplicações de estrangeiros em renda fixa. "No Chile, houve quarententa para entrada de capitais. Essas são algumas medidas imeditas que podemos tomar. Não podemos submeter a indústria brasileira à uma competição predatória", acrescentou o novo presidente da CNI, que assume nesta quarta-feira um mandato de quatro anos.

Segundo Braga, a reunião de cúpula do G20, que foi realizada no fim da semana passada em Seul, na Coreia do Sul, "não decidiu nada". Ao final da reunião, os líderes das principais potências mundiais se comprometeram a evitar desvalorizações competitivas de moedas e a recomendar que os países "se abstenham" de tomar esse tipo de medida, uma das origens da chamada "guerra cambial". Entretanto, não foram acordadas medidas para o curto prazo.

Para o novo presidente da CNI, a reunião deixou, porém, "uma porta aberta" para que as economias se defendam. "Competir com a China, não adianta aumentar imposto sobre importação. Por mais que se faça isso, vai ser sempre uma condição desigual. A diferença é tão gritante que não resolve o problema. Vamos analisar a questão antidumping e barreiras técnicas", disse ele, a respeito da competição com a potência asiática.

Ele defendeu, ainda, uma agenda para melhorar a competitividade das empresas brasileiras. Para ele, seria necessário, de imediato, desonerar as exportações e também os investimentos. Braga afirmou que, pelo sistema atual, a tributação dos investimentos chega a cerca de 30%. "Você paga no ato e recupera em até cinco anos. Isso desestimula e encarece o investimento", disse o presidente da CNI.

Robson Braga avaliou também que o governo federal precisa conter gastos para permitir uma redução da taxa básica de juros da economia brasileira, determinada pelo Banco Central. Atualmente em 10,75% ao ano, os juros brasileiros, após descontar a inflação prevista para os próximos 12 meses, estão um pouco acima de 5% ao ano - os mais elevados do mundo. Com isso, contribuem para atrair recursos para o país e a pressionar para baixo o dólar.

"É claro que o BC não é responsável pelos gastos do governo, que geram aumento da inflação e dos juros. O governo tem de fazer uma reforma fiscal que diminua os gastos", declarou o novo presidente da CNI. E, sobre os juros, acrescentou: "Se baixar os juros, vamos achar que baixou pouco. Se mantiver, [o BC] é conservador. Se subir, está na contramão da história", disse ele, reafirmando uma posição tradicional da indústria de combater juros elevados.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet