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Segunda-feira, 29 de julho de 2024

Notícias | Economia

Fabricantes de lingerie de Juruaia encaram crise de frente

Pelo cenário comum de qualquer pequena cidade do interior, com direito a colinas, muitas árvores, pasto para bovinos, a cidade de Juruaia, localizada no sul de Minas Gerais, não deveria chamar tanto a atenção, segundo o jornal The Huffington Post. 


Mas o que torna o caminho para Juruaia mais interessante, são os outdoors que enfeitam a estrada com imagens de modelos, vestindo apenas peças íntimas. O município brasileiro com um pouco mais de oito mil habitantes, pode ser considerada a capital "da calcinha e do sutiã". Atualmente, Juruaia conta com um dos maiores pólos de lingerie do País.

Segundo João Batista da Silva, secretário de Comércio, Indústria e Turismo da cidade, e proprietário de duas empresas (Perlui e Lingerie Sensual), são 141 fabricantes em toda a cidade. O produto tem sido um bom investimento e parece que mesmo com a existência de uma crise econômica internacional, os negócios não chegaram a estremecer. Só no mês de setembro do ano passado, doze novas empresas foram abertas.

Maria Irene Lara Resende, que fundou a Del Laras Lingerie, em 1994, depois de ter passado nove anos confeccionando cartões, diz que seu negócio cresceu 50% em 2007, entre 25 e 30% em 2008, e até agora, ele não mostrou sinais de abrandamento. Na semana passada, uma repórter fez uma visita surpresa à fabrica e flagrou as pessoas trabalhando em cima de uma linha de camisolas, o que provou que a produtividade continuava intensa.

"Uma amigo disse-me uma vez que nunca haverá uma crise para as pessoas que trabalham para homens e mulheres vaidosos", disse Maria. Pode parecer irônico, mas nessas regiões a demanda de mão de obra é enorme, então o problema a ser enfrentado é a falta de trabalhadores. Essa é uma das reclamações de Julio, filho de 20 anos de Maria Irene, que muitas vezes precisa contratar gente de cidades vizinhas como Guaxupé e Muzambinho.

Apesar de grande parte das empresas distribuírem sua produção apenas para o mercado interno (Minas Gerais e outros estados), algumas se arriscam e tiram proveito da navegação com custos relativamente baixos, para exportar para todo o mundo.

A primeira loja de lingerie foi aberta na cidade, em 1991, em uma tentativa do prefeito para atrair indústrias do estado de Goiás e assim gerar mais empregos. Para Lúcia Lorio, dona de uma das maiores e mais antigas empresas da cidade, a Lindelucy, o segredo do sucesso dos negócios bem-sucedidos de Juruaia são os pequenos valores. "Nós temos o hábito de não falar mal das outras empresas, o que contribui muito para a economia da cidade", diz.

Outra justificativa para driblar a crise e estabilizar as vendar é apostar na variedade de peças. "Juruaia produz muitas calcinhas e sutiãs. Devemos nos diversificar, então agora me dedico também à criação de novas linhas como de pijamas e camisolas", explica. Com essa tática, Loiro contratou mais três colaboradores e pensa em expandir o espaço da fábrica. Talvez, ser otimista e continuar a investir no próprio negócio sejam as verdadeiras armas dos fabricantes de Juruaia.
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