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Sexta-feira, 04 de outubro de 2024

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Varejo cresce, mas mostra sinais de arrefecimento

As vendas no varejo brasileiro cresceram pelo nono mês consecutivo em janeiro, mas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já começaram a apresentar os primeiros efeitos das medidas macroprudenciais anunciadas pelo Banco Central no fim do ano passado para tentar conter o apetite dos consumidores.


A expansão de 1,2 por cento frente a dezembro de 2010 foi a mais forte desde agosto e superou a média das previsões que apontavam para uma taxa de 0,8 por cento, informou o IBGE nesta terça-feira. Em relação a igual mês do ano anterior, o setor teve expansão de 8,3 por cento, contra expectativas de 8 por cento.

Para Reinaldo Pereira, economista do IBGE, a diferença entre o número aferido e as previsões deve-se ao modelo do programa estatístico do dado. 'Todo início de ano a gente joga no programa estatístico a informação do ano anterior e ele aponta o modelo a ser adotado para o ano corrente. O pessoal do mercado e dos bancos só sabem a partir de hoje que modelo é esse. As previsões para janeiro foram feitas com base no modelo do ano passado e, talvez por isso, há uma diferença entre os números.'

Na comparação mensal, seis dos dez setores varejistas pesquisados tiveram aumento da produção, com destaque para Móveis e eletrodomésticos (2,7 por cento); Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,2 por cento) e Material de construção (1,1 por cento).

Segundo Pereira, em janeiro começaram a aparecer os primeiros sinais das medidas do Governo anunciadas no ano passado para encarecer o crédito e, consequentemente, frear a demanda com o objetivo de trazer a inflação de volta ao centro da meta.

Os primeiros sinais foram detectados nos segmentos de Veículos, motos e peças e Materiais de informática, comunicação e equipamentos para escritório. Ambos dependem do crédito para manter a expansão das vendas

O segmento de Veículos teve queda de vendas de 7,1 por cento entre dezembro de janeiro. 'Houve um aperto no crédito em um setor que trabalha muito com crédito', disse o economista.

No caso do outro segmento, o economista avalia que além do impacto do crédito mais apertado, as vendas vinham num ritmo muito forte e a queda de 5,1 por cento entre dezembro e janeiro, podem representar uma 'parada para respirar'.

O IBGE informou ainda que a receita nominal do varejo cresceu 1,1 por cento em janeiro sobre dezembro, no 13o mês de alta.

O instituto revisou o dado de dezembro, de leitura preliminar de estabilidade para alta de 0,2 por cento.
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