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Terça-feira, 30 de julho de 2024

Notícias | Economia

Lula defende maior comércio com árabes e retomada da Rodada Doha

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira a retomada das negociações da Rodada Doha (Catar) e a importância do comércio entre o Brasil e os países do Oriente Médio. Em discurso de abertura da 2ª Cúpula América do Sul-Países Árabes, realizada em Doha, o presidente afirmou ainda que as duas regiões podem ter papel extraordinário na reunião do G20 (grupo dos países mais desenvolvidos e os principais emergentes) e no encontro de uma saída para a crise financeira.


"Representados pela Arábia Saudita, Argentina e Brasil, nossas regiões têm uma extraordinária oportunidade de apresentar propostas consistentes para a reforma [dos organismos internacionais]" que será discutida em Londres, a partir desta quinta-feira (2).

"O mundo estará atento para saber se a América do Sul e os Países Árabes serão capazes de propor medidas que evitem que uma crise financeira se transforme em terremoto social e político", afirmou o presidente.

Para ele, "essa crise impacta mais duramente os países pobres e as populações carentes, os mais vulneráveis à crise e os menos responsáveis por ela", disse, repetindo de forma mais amena a frase que causou polêmica na semana passada, em um encontro com o primeiro-ministro britânico Gordon Brown.

Na ocasião, Lula afirmou que "a crise foi causada, fomentada, por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis que antes da crise parecia que sabia de tudo e agora demonstra não saber nada".

O caso levantou polêmica e jornais britânicos classificaram a declaração como sendo racista. O assessor especial da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, afirmou que a frase foi apenas uma metáfora: "Foi uma metáfora usada pelo presidente. Ele se expressa muito por metáforas e essa foi uma delas", afirmou.

Rodada Doha

Durante a abertura do encontro, nesta terça-feira, o presidente afirmou que "nenhum país conseguirá superar a crise com ações isoladas. Sem solidariedade e espírito de cooperação, não colocaremos em prática ações coletivas e coordenadas indispensáveis".

"Medidas de estímulo das economias não devem redundar em práticas protecionistas, que somente agravarão a turbulência, exercendo um efeito dominó difícil de reverter.
Por isso, defendemos a conclusão da Rodada Doha.

Sobre o comércio entre o Brasil e os países árabes, Lula defendeu a criação de espaços comuns de comércio entre o Mercosul e o Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Bahrein, Qatar, Emirados Árabes, Omã e Kuait), Egito e Jordânia.

Além disso, o presidente ressaltou o crescimento de 170% no nível das trocas comerciais entre as duas regiões em quatro anos. "Entre a América do Sul e os países árabes, as trocas saltaram de US$ 11 bilhões em 2004, para US$ 30 bilhões no ano passado, um aumento de 170% em somente quatro anos", disse.
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