O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, afirmou nesta quinta-feira que 2009 será um ano marcado por uma recessão mundial profunda e alertou para a ação dos governos como saída para a crise.

"2009 será, quase com certeza, um ano horrível. Prevemos um crescimento negativo profundo", afirmou Strauss-Kahn num discurso em Washington. Segundo ele, a recuperação em 2010 dependerá de os governos aumentarem suas intervenções na economia.

A declaração do diretor-gerente do fundo surge no mesmo dia de divulgação do relatório "World Economic Outlook" ("Perspectiva Econômica Mundial"). Trechos do documento revelados nesta quinta apontam para uma recessão mais longa e mais severa que o normal da economia global.

De acordo com o Fundo, recessões associadas a crises financeiras tendem a ser graves e o processo de recuperação é tipicamente lento, e se tais recessões são sincronizadas no mundo todo, "então elas tendem a durar mais e ser seguidas por recuperações ainda mais lentas", diz o documento.

O estudo comparou ciclos de 21 economias desenvolvidas dos anos 60 até hoje; no período, o Fundo encontrou 15 recessões que podem ser associadas a crises financeiras e três casos de recessões sincronizadas no mundo todo --em 1975, 1980 e 1992.

Segundo o texto, uma recessão típica dura cerca de um ano, enquanto um período típico de expansão dura em geral mais de cinco anos. Desde meados dos anos 80, as recessões se tornaram menos frequentes e mais suaves, enquanto as recuperações tem durado mais tempo.

No mês passado, o FMI divulgou previsão de uma queda entre 0,5% e 1% do PIB (Produto Interno Bruto) mundial --a primeira contração em 60 anos. Já para 2010, e entidade aponta para um crescimento entre 1,5% e 2,5%.