A Comissão Europeia (órgão executivo da União Europeia) negou hoje que force os bancos que recebem fundos públicos para escapar da crise a concentrar seu negócio no mercado nacional e se retirar de outros países europeus, e deixou claro que um de seus objetivos ao avaliar as ajudas é preservar a integridade do mercado interno.

O porta-voz de Concorrência da Comissão Europeia, Jonathan Todd, respondeu assim ao presidente do Bundesbank, Axel Weber, que acusao órgão executivo da União Europeia (UE) de colocar em perigo a integração bancária na Europa - e, em consequência, o crescimento econômico -, ao obrigar as entidades resgatadas a se concentrar em seu mercado interno.

A advertência de Weber, em entrevista ao jornal britânico "Financial Times", ocorre enquanto a Comissão Europeia discute com as autoridades alemãs as condições de uma grande ajuda pública ao Commerzbank, um dos bancos mais importantes do país.

Segundo o banqueiro alemão, "se os bancos forem obrigados a vender negócios rentáveis, será criado um problema".

O porta-voz qualificou os comentários de Weber de "enganosos" e "desinformados", e ressaltou que sua política sobre subvenções no atual contexto de crise contribui para a normalização dos mercados.

Segundo Todd, a Comissão busca quatro objetivos: garantir que as entidades recebam os fundos suficientes para evitar a quebra, garantir que a ajuda não lhes coloque em uma situação de vantagem injusta, realizar sua reestruturação para garantir viabilidade a longo prazo e que o crédito flua à economia real.


Além disso, prevê preservar o mercado interno, sem condições discriminatórias nem barreiras de entrada.


"É o que fizemos e o que vamos fazer", ressaltou Todd, que anticipou que, no próximo mês, a Comissão publicará novas orientações para os Estados-membros sobre as operações de reestruturação de entidades.