A economia mundial terá retração de 1,3% em 2009, marcando a mais profunda recessão desde a Segunda Guerra, prevê o Fundo Monetário Internacional (FMI) no documento Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês). O número para a economia global foi reduzido em comparação à projeção anterior, feita em janeiro, que indicava leve crescimento de 0,5% do PIB mundial para o ano. Para 2010, a economia mundial deve avançar 1,9%, abaixo da previsão anterior de 3%.
No relatório, o Fundo estima que a contração mundial deve ter abrandamento a partir do segundo trimestre deste ano. "O crescimento deverá voltar a emergir em 2010, mas seria letárgico em relação a recuperações passadas". Assim, o FMI avalia que a recuperação em 2010 será "gradual". A questão central é que o declínio na atividade é verdadeiramente global: o PIB per capita deve declinar em países representando três quartos da economia global, calcula o FMI.
De acordo com as projeções divulgadas durante o Encontro de Primavera, acentuou-se o declínio projetado para as economias avançadas, uma vez que a projeção é de queda de 3,8% em 2009 ante recuo de 2,0% estimado na projeção anterior. Para 2010, o PIB não deverá apresentar crescimento na comparação com avanço de 1,1% estimado anteriormente.
Para as economias emergentes e em desenvolvimento, o Fundo prevê crescimento de 1,6% em 2009 abaixo dos 3,3% calculados em janeiro, quando saiu a revisão anterior do documento Perspectiva Econômica Mundial. Para 2010, as economias emergentes e em desenvolvimento devem avançar 4,0%, ante 5,0% citados na divulgação anterior. Para a Ásia em desenvolvimento, o crescimento projetado em 2009 fica em 4,8%, inferior `a taxa de 5,5% estimada em janeiro. Em 2010, a região deve avançar 6,1%, em comparação a 6,9% da previsão anterior.
EUA
Os Estados Unidos devem registrar declínio de 2,8% da atividade econômica em 2009, estando em “recessão severa”, de acordo com projeção divulgada pelo FMI. A queda estimada é mais acentuada do que a projeção anterior de recuo de 1,6% para o ano. Para 2010, o PIB do país deve registrar taxa zero, abaixo do crescimento projetado em 1,6% na divulgação anterior do WEO, divulgada em janeiro.
Nos EUA, a taxa de declínio da atividade também deve ter moderação no segundo trimestre, e a recuperação deve começar em meados de 2010, prevê o FMI.
As outras economias avançadas também registram PIB em declínio em 2009. De acordo com o documento preparado para o Encontro de Primavera do FMI, o PIB da zona do euro deve cair 4,2% em 2009, em comparação com declínio de 2,0% estimado anteriormente. Para 2010, a projeção do PIB foi cortada de uma taxa levemente positiva de 0,2% para um leve recuo de 0,4%.
Segundo o FMI, o Reino Unido deverá ter contração de 4,1% este ano, em comparação com queda de 2,8% projetada no WEO divulgado em janeiro. Em 2010, o Fundo projeta declínio de 0,4% ante leve crescimento de 0,2% que era esperado anteriormente para o Reino Unido.
A Alemanha deve ter queda do PIB de 5,6% neste ano e de -1,0% em 2010, em comparação com as projeções feitas em janeiro, de queda de 2,5% para 2009 e leve crescimento de 0,1% para o próximo ano. De acordo com o FMI, o Japão deve ter retração de 6,2% neste ano, ante declínio de 2,6% projetado anteriormente. Para 2010, o país deve crescer 0,5%, praticamente estável ante 0,6% estimado antes.
Para a França, o FMI projeta queda de 3,0% em 2009, ante queda de 1,9% calculada anteriormente. Para 2010, o país deve ter leve crescimento em 0,4%, número reduzido ante 0,7% estimado em janeiro.
Segundo o Fundo, a Itália recuará 4,4% neste ano, um declínio mais acentuado que o de 2,1% estimado previamente. Para o próximo ano, a projeção é de recuo de 0,4% em comparação com o leve declínio de 0,1% projetado no documento anterior.
A Espanha deverá ter contração de 3,0% neste ano, de acordo com o Fundo, em comparação ao declínio de 1,7% previsto na divulgação do WEO em janeiro. Em 2010, o relatório aponta que o país vai recuar 0,7%, ante número anterior indicando recuo de 0,1%.
O Canadá, prevê o FMI, deve declinar 2,5% em 2009, ante queda de 1,2% projetada no documento anterior. Para o próximo ano, a projeção indica crescimento de 1,2%, abaixo de 1,6% calculado antes.
