Japão e China fecharam acordo hoje durante a viagem oficial a Pequim do primeiro-ministro japonês, Taro Aso, para criar uma frente comum contra a crise econômica.

"Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para melhorar a economia doméstica e ajudar na recuperação da economia asiática e mundial", explicou Aso ao fim de sua visita oficial de dois dias durante um encontro com o presidente da China, Hu Jintao.

Aso declarou que este acordo é a "conquista mais importante" de sua visita à China, a segunda desde que assumiu seu cargo em setembro.

Quanto à crise financeira, Japão e China decidiram implantar as decisões da última cúpula do Grupo dos Vinte (G20, países ricos e principais emergentes), realizada no último dia 2, "de forma consistente e imediata", disse o líder japonês em entrevista coletiva posterior a seu encontro com Hu.

Os dois países somarão esforços para aumentar suas respectivas demandas internas, lutar contra o protecionismo no comércio internacional e dar assistência a outras nações asiáticas em sua luta contra a crise.

Esta ajuda aos outros países é possível porque tanto a China, quanto o Japão, contam "com um excesso de liquidez", lembrou o japonês.

Outro aspecto no qual Aso obteve acordo com seus interlocutores chineses foi quanto à necessidade de implantar o mais rápido possível a Rodada de Doha e tornar multilateral a Iniciativa de Chiang Mai, um fundo comum asiático de reserva de divisas.

Neste sentido, ambos os países acham conveniente aumentar o capital geral do Banco Asiático de Desenvolvimento e apoiar projetos de infraestrutura na região.

"Falamos muito da necessidade de desenvolver a economia real por meio do aumento da demanda interna", explicou Aso.

Quanto ao conflito nuclear norte-coreano, no qual Japão e China compartilham negociações com as duas Coreias, Estados Unidos e Rússia, Aso reiterou a necessidade de o diálogo multilateral ser retomado o mais rápido possível como única via prática para extinguir as contínuas ameaças de Pyongyang.