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Sábado, 03 de agosto de 2024

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Economistas preveem recuperação da economia no segundo semestre

A economia brasileira deverá começar a se recuperar a partir do segundo semestre e, em 2010, apresentar crescimento "saudável", disseram nesta quarta-feira os economistas Gustavo Loyola e Luiz Carlos Mendonça de Barros, em palestra na Associação Comercial de São Paulo.


"Acho que no terceiro trimestre já teremos um PIB (Produto Interno Bruto) positivo no Brasil", disse Mendonça de Barros, sócio-diretor da Quest Investimentos e ex-ministro das Comunicações.

Apesar de prever retração de 1,5% no PIB de 2009, provocada principalmente pela redução nos investimentos e queda nas exportações de manufaturados desde o agravamento da crise mundial, Mendonça de Barros se diz otimista com a economia brasileira e aposta em uma recuperação gradual ao longo dos próximos trimestres. Para 2010, o economista prevê crescimento entre 2% e 2,5%.

O consumo interno, a massa salarial ainda em crescimento e a retomada gradual do crédito são elementos importantes na recuperação, disse Mendonça de Barros.

"O nosso crescimento neste ano vem todo do consumo. Mas o ajuste da produção industrial para exportação e para investimento é maior do que o crescimento do PIB via consumo. Na hora em que esse ajuste na indústria se estabilizar, o PIB volta a ser positivo", disse.

Loyola, ex-presidente do Banco Central e sócio-diretor da Tendências Consultoria Integrada, é mais otimista. Ele prevê estabilização já neste segundo trimestre, e uma recuperação maior no PIB do terceiro e do quarto trimestres deste ano. Sua previsão é de que o Brasil feche 2009 com crescimento próximo de zero e, em 2010, registre expansão entre 3% e 3,5%.

Estados Unidos

Segundo os economistas, esse desempenho é prova de que o Brasil está menos vulnerável do que em períodos anteriores e deve sair mais forte desta crise.

Mendonça de Barros disse que o Brasil "passou no teste da crise" comresultados satisfatórios e e hoje está "mais forte e confiante".

No entanto, o desempenho da economia brasileira nos próximos meses ainda depende muito do que acontecer no resto do mundo e, em especial, nos Estados Unidos.

Mendonça de Barros afirmou que a aparente recuperação registrada recentemente é fruto de uma intervenção "muito forte" do governo americano na economia. "Agora é preciso ver se vai pegar no tranco", disse.

Para Loyola, "a crise ainda não terminou". "O que se questiona agora é até quando os estímulos fiscais e monetários serão suficientes para as economias do G7 (grupo formado pelas sete maiores economias do mundo) voltarem a crescer no ano que vem", disse.

De acordo com Mendonça de Barros, o mundo terá de se ajustar à diminuição do nível de consumo dos americano. Esse consumo alavancou várias economias, inclusive a chinesa.

A China é apontado pelos dois economistas como um dos motores que poderão ajudar a superação da crise. "A China ainda mostra sinais de robustez, dever crescer entre 6,5% e 7% neste ano, e mantém a demanda internacional por commodities", disse Loyola.

Para o diretor da Tendências, a força das exportações de commodities é um dos fatores que ajudaram o Brasil a enfrentar a crise. Loyola disse que o Brasil tem um comércio bem diversificado, tanto em termos de produtos quanto de mercados, e não é dependente das exportações para nenhum país em particular.

"As exportações brasileiras caíram, mas estão sustentadas pela exportação de commodities", disse Mendonça de Barros.

Mesmo no caso de um agravamento da crise internacional, os economistas acreditam que o Brasil está mais preparado.

"Se a crise se agravar internacionalmente, o Brasil terá suas condições de crescimento prejudicadas. Mas isso não significa que o Brasil vai parar", disse Loyola.
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