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Segunda-feira, 09 de setembro de 2024

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Crise pode elevar inadimplência em até dois pontos percentuais este ano, prevê BB

A inadimplência no Banco do Brasil pode aumentar em até dois pontos percentuais neste ano por conta dos efeitos da crise financeira internacional. Segundo o gerente de Relações com Investidores do BB, Marco Geovanne Tobias, a previsão da instituição financeira é que a inadimplência cresça, principalmente para pessoas jurídicas (empresas). As micro e pequenas empresas, na avaliação do banco, são as que mais enfrentam dificuldades nesse cenário.


Em dezembro de 2008, a inadimplência geral (operações vencidas há mais de 90 dias/carteira total) estava em 2,4% e em março de 2009 chegou a 2,7%. Nessa mesma comparação, para as empresas a inadimplência passou de 1,7% para 2,1% e para as pessoas físicas (famílias) permaneceu em 5,9%.

No caso do agronegócio, o percentual passou de 1,8% para 2,3%. De acordo com Geovanne, o crédito para o setor é menos preocupante porque o governo sempre estabelece normas que regulam o problema da inadimplência nesse segmento.

Segundo Geovanne, o banco está “confiante” no crescimento do crédito, principalmente para as pessoas físicas, segmento em que o banco “perde para os concorrentes privados”. “Estamos bem posicionados no crédito para as empresas e agronegócio”. A expectativa do banco é que o crédito para as pessoas físicas cresça de 23% a 25% neste ano e o crédito total de 13% a 17%. “A gente aposta na recuperação [da economia]”.

As despesas do banco com provisão aumentaram de R$ 2,2 bilhões no quarto trimestre do ano passado para R$ 2,491 bilhões de janeiro a março deste ano, uma elevação de 11,2%. Esse fator reflete o aumento da inadimplência, uma vez que o banco precisa aumentar os recursos disponíveis para o caso de financiamentos não serem pagos pelos tomadores em dia.

Mesmo assim, o gerente de Relações com Investidores ressaltou que o desempenho do banco neste ano será menor do que em 2008 por conta do cenário econômico “adverso” e também devido às reduções das taxas de juros. Segundo ele, com a queda da Selic, que remunera os títulos públicos, a melhor saída para os bancos é aplicar os recursos na concessão de crédito. Geovanne acrescentou que o banco tem “excesso de captação” de recursos e precisa “reinvestir”.

“Os bancos brasileiros estão sólidos e rentáveis. Todos apresentaram lucros, diferentemente dos que estão lá fora que tiveram prejuízos.”

No primeiro trimestre deste ano, o Banco do Brasil registrou lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, 29,1% menor do que o observado no mesmo período de 2008 e 43,4% abaixo do resultado do último trimestre de 2008.



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