As corretoras de câmbio negociaram o dólar comercial por R$ 2,018 nesta terça-feira, em baixa de 0,39% sobre a cotação de ontem. A taxa caiu pelo terceiro dia consecutivo e renovou a cotação mínima registrada neste ano, voltando para o patamar de outubro de 2008.
Na praça paulista, o dólar turismo foi cotado por R$ 2,140, em decréscimo de 0,46%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) valoriza 1,71% e alcança os 51.682 pontos (pelo índice Ibovespa). O giro financeiro é de R$ 4,68 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York avança 1,87%.
Com a percepção de que "o pior já passou", o fluxo de recursos externos para o país continua forte e derrubando os preços da moeda americana: a cotação da moeda caiu em 11 dias úteis do mês.
Segundo o Banco Central, o volume de investimento estrangeiro em abril --US$ 3,409 bilhões- foi o maior desde dezembro do ano passado. Outro indicador forte desse fluxo foi o saldo das transações correntes, uma das medidas mais amplas sobre as relações do país com o exterior: pela primeira vez em 18 meses, o resultado foi positivo.
Ideaki Iha, da mesa de operações da corretora Fair, compara o momento atual ao primeiro semestre do ano passado, quando o país também foi inundado por dólares em busca dos altos juros domésticos.
"Parece que está começando de novo. Com essa iideiade que o pior já passou, o dinheiro que estava parado está voltando", avalia Iha. "Essa semana, com a formação da Ptax, provavelmente o dólar pode bater abaixo de R$ 2,00. Isso não quer dizer que vai ficar nesse patamar. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, já avisou mais de uma vez que há uma certa euforia um pouco injustificada. O que ele pode fazer, ainda não está claro", acrescenta.
A Ptax é a taxa média de câmbio do mercado divulgada pelo diariamente pelo Banco Central. É também a cotação utilizada como referência para a liquidação dos contratos futuros de dólar negociados na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros). Próximo aos dias de vencimento desses contratos, os agentes financeiros regularmente entram no mercado à vista para influenciar na formação dessa Ptax, conforme interesse a alta ou a baixa do valor do dólar.
Juros futuros
O mercado futuro de juros da BM&F reduziu as taxas projetadas nos contratos de prazo mais longo. Segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), a inflação medida pelo IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) foi de 0,46% na semana do dia 22 de maio, levemente abaixo da taxa de 0,48% apurada na semana imediatamente anterior. Os preços subiram menos em quatro das sete capitais onde é realizada a pesquisa de preços.
No contrato que projeta as taxas para janeiro do ano que vem, a taxa prevista retrocedeu de 9,30% ao ano para 9,25%; e no contrato que vence em janeiro de 2011, a taxa projetada recuou de 9,82% para 9,73%.
