O pedido de concordata da General Motors foi interpretada hoje pela classe política como um "mal necessário" que, embora doloroso, ajudará na retomada da economia do setor automotivo.
A GM, uma das chamadas Três Grandes de Detroit junto a Chrysler e Ford, recorreu hoje em Nova York ao "Capítulo 11" da Lei de Falências americana, que dá proteção de seus credores e serve de bolha de oxigênio para uma reestruturação.
Em um ato na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o plano de quebra da GM é "viável", e assegurou que o controle público da empresa é só temporário.
Ele expressou otimismo sobre o futuro da Chrysler, cuja venda foi aprovada à empresa italiana Fiat, e assegurou que permitir a liquidação de ambas as montadoras teria sido um "desastre".
O líder da maioria democrata do Senado, Harry Reid, elogiou a intervenção do governo a curto prazo para garantir a sobrevivência da indústria automotiva, e deixou claro seu compromisso em proteger "os investimentos dos contribuintes".
A quebra é "um passo necessário para conservar essa indústria como o pilar de nosso setor manufatureiro", assegurou.
A presidente da Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, elogiou o esforço das partes para fazer os sacrifícios necessários para transformar a GM em uma empresa "viável e mais competitiva".
O senador democrata por Michigan, Carl Levin, disse que o fechamento de fábricas e a demissão de milhares causarão uma "grande dor" em seu Estado. eis das instalações que a GM fechará estão em Michigan, onde têm sede as Três Grandes de Detroit.
Alguns republicanos, pelo menos em público, foram cautelosos em sua reação, conscientes do custo político. Mas o número dois da minoria republicana da Câmara de Representantes, Eric Cantor, disse se preocupar com o fato de o acordo da GM ter atropelado os direitos dos acionistas da empresa.
Com o acordo, "foram silenciadas as vozes dessas famílias e aposentados, e suas economias desapareceram", se queixou Cantor, que dúvida da viabilidade do plano.
Em março passado, os republicanos John McCain e Richard Shelby tinham apoiado a quebra da GM como fórmula para a recuperação a longo prazo, em vez de buscar apoio financeiro de Washington.
Para o defensor dos consumidores e ex-candidato presidencial, Ralph Nader, a quebra e reestruturação da GM supõe "uma crua e evitável arma de devastação em massa para trabalhadores, concessionárias, fornecedores, pequenos negócios e suas devastadas comunidades".