O governo vai anunciar as medidas de incentivo ao investimento em bens de capital no país no início da semana que vem, anunciou nessa sexta-feira (19) o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo Luciano Coutinho, as medidas ainda estão em fase de formatação e sendo discutidas com o Ministério da Fazenda.
"Estamos discutindo a montagem de um conjunto de medidas de apoio a bens de capital, ao investimento e à renovação do parque fabril", disse Coutinho a jornalistas, após participar do 38º Fórum Nacional dos Secretários Estaduais de Planejamento.
Ele afirmou que o programa de incentivo a máquinas e equipamentos pode contar com uma ajuda de alguns governos estaduais, que estariam dispostos a reduzir suas alíquotas de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para os bens de capital. "Em alguns estados, há sensibilidade em relação à necessidade de um tratamento mais leve do ICMS para bens de capital nesse período mais difícil", declarou o presidente do BNDES.
O presidente do BNDES avaliou, no entanto, que essa desoneração "é difícil, porque com os estados é um processo mais complicado".
Crescimento
A queda nos investimentos pesou na retração do Produto Interno Bruto (PIB) do país no primeiro trimestre desse ano, levando o Brasil a um quadro de recessão técnica.
Coutinho, que chegou a prever uma expansão do PIB acima de 2,5% esse ano, projeta agora uma expansão inferior a 1%. "Visto o que a crise fez no mundo ainda é bem razoável. Vamos crescer 4% no ano que vem", estimou.
Para Coutinho, ainda há uma ociosidade muito grande na indústria brasileira e o quadro só deve melhorar a partir do último trimestre desse ano.
"A perspectiva de retomada da produção em 2010 reestimulará decisões de investimento. O setor está diante de um vale, mas a perspectiva é interessante. Não podemos depender só dos bens que vem de fora", frisou ele, ao destacar os setores de petróleo e gás e agrícola como alguns que serão contemplados pelo novo programa a ser anunciado pelo governo.
Ele prevê que no último trimestre de 2009 a utilização da capacidade instalada da indústria de transformação deve chegar a 81%. Ele acredita também que o cenário vai melhorar no ano que vem, levando a uma retomada dos investimentos.
