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Domingo, 28 de julho de 2024

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Bancos são ''zumbis'' e nacionalização temporária é necessária, diz prêmio Nobel

O prêmio Nobel de Economia Paul Krugman comparou os bancos a "zumbis" na crise financeira mundial, porque não são capazes de conceder créditos, e defendeu a nacionalização temporária nas instituições, em uma entrevista publicada nesta sexta-feira no jornal austríaco "Format".


Os bancos, afirmou, "são como zumbis". "Existem, mas já não conseguem dar crédito. Em consequência, o Estado deve intervir e, se injeta tanto dinheiro no bancos deve também assumir seu controle."

Questionado se é de fato a favor da nacionalização dos bancos, Krugman destacou que isso não se daria "por princípio e nem para sempre". Mas, acrescentou, se os bancos não forem nacionalizados, "o contribuinte assumirá novamente os riscos, e a economia de mercado apenas coletará os lucros".

"É como um socialismo para os ricos e um capitalismo para os pobres", resumiu.

Em relação à gravidade da recessão econômica mundial, Krugman disse que "de fato, não é possível ser pessimista o suficiente diante desta realidade". Para o economista, pela primeira vez em duas gerações "há déficits do lado da demanda, e não consumimos o suficiente para utilizar plenamente a capacidade de produção existente".

Isso cria "em muitos cantos do planeta o principal freio ao bem-estar", indicou.

Sobre a reunião do G20 (grupo que reúne representantes de países ricos e dos principais emergentes) programada para o dia 2 de abril, em Londres, Krugman se declarou "particularmente preocupado diante da ausência de poder dos políticos" em relação à crise.

"Mais uma vez vão tentar nos tranquilizar, e dirão que estão com a situação sob controle. Mas, na verdade, a economia mundial está fora de controle, a tal ponto que não é possível imaginar", afirmou.
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