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Sábado, 27 de julho de 2024

Notícias | Economia

PIB do Brasil deve cair 0,5% apesar de esforços do governo, diz ''Economist''

A economia brasileira deve sofrer uma contração de 0,5%, apesar dos esforços do governo para evitar esse resultado, diz a consultoria britânica EIU (Economist Intelligence Unit). A previsão anterior era de uma expansão de 1,6%.


Segundo a consultoria, os dados fracos da produção industrial brasileira referentes a novembro e dezembro apontam para um "período prolongado de ajuste de estoques, declínio de investimentos e de empregos". Em dezembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a produção industrial caiu 12,4% na média nacional, o menor nível verificado desde o início da série histórica, em 1991. Em novembro, por sua vez, a produção industrial caiu 5,2% em novembro frente ao mês anterior, também segundo o IBGE. 

O investimento fixo bruto terá um declínio de cerca de 8% e o consumo deve ter queda de 0,8%, diz a EIU, em reportagem da revista "The Economist", publicada na semana passada. "Mesmo supondo que o crescimento do consumo do governo continue robusto, a demanda geral deve ter contração de 1,5%, pondo fim a cinco anos de expansão."

O crédito deve ser racionado nos próximos dois anos, diz o texto. "Com a expectativa de que o 'spread' [a diferença entre o custo de captação de recursos e os juros cobrados pelos bancos na ponta em suas diversas operações de empréstimos] continue muito alto, apesar do afrouxamento monetário, os serviços das dívidas atuais devem exercer uma forte pressão sobre os orçamentos domésticos", diz a reportagem.

A queda na demanda externa, por sua vez, deve resultar em uma forte contração dos volumes de exportação neste ano pela primeira vez desde 1996.

"O governo está aplicando uma ampla variedade de políticas monetárias e fiscais para impulsionar a demanda doméstica e evitar uma deterioração da economia", diz a EIU, destacando o corte na taxa Selic, do Banco Central, para 12,75%, menor nível desde março de 2007.

Ontem, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que o Brasil enfrenta a crise em melhores condições que outros países e, apesar de sofrer seus efeitos, manterá um crescimento acima da média mundial. Ele destacou que o Brasil terá um crescimento da economia acima da média mundial durante 2009, mas reconheceu que há uma desaceleração, que "não impedirá que o crescimento esteja acima da média".

Na pesquisa semanal Focus, do Banco Central, divulgada hoje, foi mantida a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no período) de 1,5% para 2009. O número está abaixo dos 3,2% estimados pelo próprio BC e dos 4% previstos no Orçamento deste ano. Para 2010, a previsão recuou de 3,6% para 3,5%.
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