Pesquisa realizada pelo CEF (Centro de Estudos em Finanças) da Escola de Administração de Empresas da FGV (Fundação Getulio Vargas) mostra que funcionário endividado tem maior dificuldade para planejar o futuro.
O estudo ouviu cerca de 135 funcionários da própria FGV/SP e constatou que aqueles com maior estresse financeiro apresentavam com menor incidência o hábito de poupar, além de terem pouca participação em programas de aposentadoria.
Na opinião do professor e coordenador do CEF, William Eid Junior, tal situação produz ainda mais estresse financeiro, fazendo com que o trabalhador entre em um círculo vicioso. "A pessoa não consegue poupar porque todo o dinheiro que pega ela direciona para o pagamento das dívidas, estes funcionários preferem dinheiro na mão e acabam deixando de poupar ou planejar o futuro", diz.
Aposentadoria
Ainda de acordo com os dados apurados pela FGV, apenas 10% dos funcionários com problemas financeiros apresentavam preocupação com o futuro, filiando-se ao plano de previdência da Fundação.
Por outro lado, este percentual sobe para 36% de adesão, entre os trabalhadores com orçamento melhor planejado, ou seja, com baixíssimo nível de estresse financeiro.
Para evitar dores de cabeça com o seu orçamento futuro, além de se livrar das dívidas, especialistas aconselham que as pessoas comecem a poupar o quanto antes, pois só assim poderão garantir tranquilidade na chamada melhor idade.
"Eu percebo que quem mais se preocupa com a aposentadoria atualmente é quem está perto de se aposentar. Já existe uma geração que está preocupada com a aposentadoria dos filhos e dos netos, mas o número ainda é pequeno. É preciso que as pessoas entendam que, quanto antes começarem, melhor", afirmou o presidente da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), Carlos Guerra, durante encontro promovido pelo HSBC, realizado no primeiro semestre do ano passado.