O total de famílias inadimplentes na cidade de São Paulo teve forte elevação em dezembro, passando de 14% no mês anterior para 20%. Com isso, a média anual superou os 18%, de acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira pela Fecomercio (Federação do Comércio) em São Paulo. Em dezembro do ano passado, o índice era de 15%.

Para o diretor executivo da entidade, Antônio Carlos Borges, a taxa de consumidores com contas em atraso não preocupa porque "está sob controle", já que a pesquisa mostrou estabilidade, em 6%, na proporção de famílias que acreditam não ter condições de pagar total ou parcialmente as contas nos próximos meses. "Em janeiro, esse número [de inadimplência] deve cair muito", prevê o economista.

O nível de endividados, o que inclui débitos com cartão de crédito, cheque especial e prestações de carnê, vem aumentando desde outubro, quando era 41%. Em novembro subiu para 46% e o último dado aponta nova alta, chegando a 48% --patamar ainda inferior ao registrado em dezembro de 2008 (50%).

Outro levantamento feito pela Fecomercio-SP mostra que 21% dos consumidores não pretendem comprar nada neste ano em São Paulo, mesmo com a retomada da economia. No Brasil, esse número é um pouco maior (26,4%). "Em 2008, 57% dos entrevistados abriram mão de algum sonho de consumo por conta do cenário negativo", lembra Borges, referindo-se a São Paulo. No país, foram 54%.

Entre os que vão às compras neste Natal, a preferência será por eletrodomésticos e vestuário, calçados e acessórios nas duas análises. Ainda segundo a pesquisa, 84% dos consumidores acreditam que vão consumir mais em 2010.

A expectativa da Fecomercio-SP é que as vendas no comércio da região metropolitana de São Paulo para o Natal tenham um crescimento de 12% em relação à mesma época do ano passado. A alta deve ser puxada pela venda de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, que deve crescer 27%, influenciada pela redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a linha branca.