O banco de investimentos americano Goldman Sachs informou nesta quinta-feira que não pagará bônus em dinheiro para seus principais executivos neste ano.

Os trinta membros do seu Conselho Gestor receberão ações da companhia ao invés de dinheiro, e terão que seguir uma série de regras em relação a estes papéis.

A principal restrição imposta pelo banco é que elas só poderão ser vendidas cinco anos depois de serem distribuídas. Além disso, os papéis poderão ser tomados de volta caso a direção entenda que os executivos realizaram operações de alto risco e não informaram corretamente sobre os riscos potenciais de suas decisões.

"O reforço da nossa capacidade de recuperar [as ações] pretende garantir que nossos empregados tenham consciência do impacto que podem ter suas decisões", explicou o banco de investimentos em comunicado ao mercado. Além disso, apontou, a decisão busca "reforçar a importância do controle de riscos para a empresa e deixar claro que as compensações não são dadas para premiar uma excessiva tomada de risco."

A mudança da política de bônus do Goldman Sachs ocorre em um momento que os bancos estão sendo duramente criticados por pagar grandes premiações aos seus executivos mesmo depois de terem recebido grandes somas de recursos dos governos para mantê-los funcionando após a crise financeira global.

O banco de investimentos, por exemplo, usou cerca de US$ 10 bilhões do pacote de resgate do setor financeiro de US$ 700 bilhões criado pelo governo dos Estados Unidos --o dinheiro foi devolvidos em meados do ano.