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Sexta-feira, 28 de junho de 2024

Notícias | Economia

EUA completam um ano de juro próximo a zero com decisão do Fed

O Fed (Federal Reserve, o BC americano) manteve nesta quarta-feira sua taxa de juros em uma margem de zero a 0,25%, em que a colocou há exatamente um ano. Trata-se do menor patamar desde a criação da instituição, em 1913. A reunião de hoje foi a última regular da instituição em 2009.


Há um ano, o Fed anunciava que "as condições econômicas fracas devem manter a taxa dos fundos federais excepcionalmente baixas por algum tempo". Com poucas variações, essa mesma estimativa esteve nos comunicados de todas as reuniões de política monetária deste ano.

Juros nos EUA

Desde então, no entanto, a economia americana vem encontrando o caminho para a recuperação da pior crise desde a Grande Depressão nos anos 30. Embora a expectativa seja de uma retomada lenta, alguns sinais já evidenciam melhoras na saúde da economia americana.

A taxa de desemprego, por exemplo, chegou aos dois dígitos, ficando em 10% no mês passado, contra 6,8% em novembro de 2008. Apesar disso, o dado é ligeiramente menor que o de outubro (10,2%) e o corte de empregos diminuiu acentuadamente --de 111 mil em outubro para 11 mil no mês passado.

O próprio Fed já previu recentemente que a taxa de desemprego deve permanecer em níveis altos no próximo ano, mas abaixo dos atuais níveis --entre 9,3% e 9,7%.

O PIB (Produto Interno Bruto), por sua vez, passou de queda de 5,4% no quarto trimestre de 2008 a um crescimento de 2,8% entre julho e setembro deste ano, e a expectativa para o quarto trimestre é de nova expansão.

No último dia 7, o presidente do Fed, Ben Bernanke, disse, no entanto, que ainda é cedo para considerar sustentável a recuperação em curso. "Ainda temos algum caminho a percorrer antes de termos certeza de que a recuperação será sustentável", disse então. Ele considerou que a recuperação continuará em 2010, mas destacou "desafios formidáveis" que o país ainda enfrentará, como a fraqueza no mercado de trabalho, a cautela dos consumidores em gastar e a restrição na oferta de crédito.

Pacote

Em fevereiro deste ano, menos de um mês depois da posse de Barack Obama como presidente dos EUA, o Congresso aprovou um pacote de US$ 787 bilhões, com o qual a nova administração pretendia impulsionar a atividade e gerar empregos.

O pacote trouxe programas para ajudar a economia, como foi o caso do chamado "Cash for Clunkers", pelo qual os proprietários recebiam subsídios federais no valor de até US$ 4.500 para trocar seus carros usados por novos, mais eficientes no uso de combustível. Também ajudou a economia o benefício fiscal de US$ 8.000 para a compra da primeira casa.

A atual administração ainda pretende fazer uso de recursos aprovados no pacote anterior, o Tarp (Programa de Socorro a Ativos Depreciados, na sigla em inglês), de US$ 700 bilhões. No último dia 9, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, solicitou formalmente ao Congresso a estendido do Tarp até outubro de 2010. No planejamento original, o programa seria encerrado ao final deste ano.

Consumo

A disposição dos consumidores para gastar é uma das principais variáveis na equação dos analistas para ver a recuperação americana ganhar força, uma vez que o consumo corresponde a cerca de dois terços de toda a atividade econômica americana.

A Universidade de Michigan divulgou na semana passada um dado positivo: a confiança dos consumidores americanos aumentou no início deste mês, com a ligeira melhora no mercado de trabalho e os descontos oferecidos pelo setor varejista. O indicador apurado pela instituição ficou em 73,4 pontos no início deste mês, contra 67,4 no fim de novembro.

O sinal enviado pelo varejo no último dia 11 também foi positivo: as vendas em novembro cresceram 1,3%, após um ganho de 1,1% em outubro, segundo o Departamento do Comércio. Trata-se do maior avanço desde os 2,4% vistos em agosto.

Nas lojas de departamentos, as vendas cresceram 0,7%; no índice mais amplo, que considera também redes varejistas como Wal-Mart Stores e Target, a alta foi de 0,8%. Nas lojas de eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos o avanço foi de 2,8%.

Previsão

A Nabe (Associação Nacional de Economistas Empresariais, na sigla em inglês) elevou no último dia 23 suas expectativas para a economia dos EUA: para este ano, a previsão é de contração de 2,4%, uma ligeira melhora ante o cenário de queda de 2,5% de outubro.

O desemprego deve manter-se em uma média de 10% do quarto trimestre deste ano até o segundo de 2010, para depois cair a 9,6% até o fim do ano que vem.

O diretor-geral do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, descartou recentemente a possibilidade de uma nova recessão nos Estados Unidos com o fim do plano de recuperação orçamentária, e destacou que a economia mundial está crescendo.

"Não acredito que um cenário de una recaída seja provável. Há algum risco, mas não acredito que aconteça", declarou.
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