A candidata do PT a presidente, Dilma Rousseff, em busca de apoio de eleitores do Partido Verde para o segundo turno, prometeu nesta quarta-feira reduzir o desmatamento da Amazônia e as emissões de gases causadores do efeito estufa.

Dilma e José Serra (PSDB) estão de olho nos 19 por cento do eleitorado que no primeiro turno ficou ao lado de Marina Silva, do PV. Pesquisas mostram que Serra tem conquistado uma parcela bem mais expressiva desse grupo, mas mesmo assim aparece atrás da candidata governista na intenção de votos, entre 4 e 12 pontos percentuais.

"Minha promessa é reduzir o desmatamento da Amazônia em 80 por cento", disse Dilma a uma plateia composta principalmente por petistas em evento de campanha, chamado "ato em defesa do meio ambiente".

Ela também reiterou a meta de reduzir em 39 por cento até 2020 as emissões brasileiras de gases do efeito-estufa, conforme anunciado pelo governo na conferência climática de Copenhague em 2009.

"Vou manter essas promessas", disse a candidata ao apresentar sua plataforma ambiental em Brasília.

O Partido Verde decidiu no domingo ficar neutro no segundo turno da eleição presidencial, em linha com a senadora Marina Silva (AC), que ficou em terceiro lugar na disputa.

Várias lideranças da área ambiental, do Partido Verde e indígenas foram na quarta-feira manifestar seu apoio a Dilma no segundo turno.

"Eu fui Marina no primeiro turno e no segundo eu sou Dilma", disse Ângela Mendes, filha do líder ambientalista acriano Chico Mendes, assassinado em 1988.

O evento foi considerado mais um ato político, por críticos, com poucas propostas concretas. "Isso não significa nada", disse Sérgio Leitão, diretor de campanhas do Greenpeace. "Não queremos um presidente que seja ambientalista desde criancinha, mas que assuma o compromisso e diga com clareza como vai pôr um fim no desmatamento e dar ao país uma matriz energética 100 por cento renovável", afirmou.

Manifestantes da ONG foram ao evento levando cartazes em que cobravam dela um compromisso com o desmatamento zero e chegaram a interromper o ato. Dilma afirmou que os manifestantes têm seus direitos democráticos, mas que ela não aceitaria ser pressionada.

"Eu não faço leilão em busca de apoio", disse a candidata.

Grande parte da sua plataforma ambiental de 13 itens abrange políticas já existentes, e a maioria contém referências vagas. Uma das propostas, por exemplo, consiste em "fortalecer a educação ambiental".