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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

Notícias | Educação

Jovens perdem primeiro dia de Enem em SP e responsabilizam trânsito pelo atraso

A cena se repete todos os anos e, em São Paulo, hoje (6) não foi diferente. Correria, choro e gritos de quem acompanha, na rua, a chegada dos estudantes aos locais de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cujo resultado pode valer uma vaga numa das 83 universidades públicas que já aderiram à iniciativa. Em alguns casos, são os pais, que aguardam na parte de fora, os primeiros a tentar consolar os jovens que chegam atrasados e são impedidos de prestar a prova para a qual, muitas vezes, se prepararam o ano inteiro.


A estudante Camila Santos Silva, de 18 anos, chegou ao campus da Universidade Nove de Julho (Uninove), na Barra Funda, zona oeste da capital paulista, assim que os portões foram fechados. Nem suas súplicas, nem o coro de pessoas gritando para que a deixassem entrar surtiram efeito. Sem conseguir convencer os funcionários a permitirem sua entrada, caiu no choro e tentou telefonar para os pais diante das câmeras de jornalistas que acompanhavam a cena.

Moradora de Osasco, na grande São Paulo, a jovem chegou a ser atendida por uma policial militar que tentou tranquilizá-la. Depois, mais calma, contou ter deixado o emprego para se dedicar ao Enem e ao vestibular. Ela também disse ter saído de casa por volta das 11h30 e culpou a chuva e o trânsito pelo atraso. "Perdi um ano da minha vida", lamentou aos prantos.

Assim como Camila, a maioria dos estudantes que chegaram atrasados ao local atribuiu o problema ao trânsito paulistano, agravado pela chuva. Adalto Pinto, de 28 anos, não conseguiu chegar a tempo nem mesmo estando de moto e tendo saído de casa, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, às 11h50, pouco mais de uma hora antes do fechamento dos portões. "O trânsito está muito ruim."

Já Elaine Porcinia Machado contou que saiu de casa, no bairro de São Miguel Paulista, na zona leste, pouco antes das 11h30. "Normalmente, levo uma hora para vir até aqui. Hoje eu ainda saí um pouco mais cedo de casa por causa da chuva, mas não sei o que houve que o metrô estava muito lento", contou a estudante universitária que teve que trancar a matrícula no curso de Educação Física e, com a nota do Enem, pretendia obter uma vaga no Programa Universidade para Todos (ProUni), que oferece bolsas de estudo em faculdades privadas. "Agora só Deus. Estou em dúvida sobre se vai valer a pena vir amanhã para fazer a segunda etapa. Chegar a minha casa e contar isso para a família vai ser difícil."

Já o morador de Jaraguá, na zona oeste da capital, Eduardo Vinícius Pereira, disse ter saído de casa às 11h50, calculando que em meia hora chegaria ao Terminal Barra Funda. "Não sei o que aconteceu, mas o trem demorou quase uma hora para passar e nós acabamos chegando atrasados", lamentou. Ele disse que "agora já era" e que agora vai se focar no vestibular.
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