No segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo (7), o assunto entre as pessoas que aguardavam a abertura dos locais de prova era o erro de impressão no cabeçalho do gabarito da prova de sábado (6). Alguns candidatos criticaram a falha, mas disseram não concordar com a possibilidade de anulação do exame.
"Eu acho que vai ser anulado porque prejudicou muita gente, mas não gostaria de fazer [a prova] de novo", disse a estudante Débora Berçott, 19 anos, que pretende cursar moda. Para ela, esses erros prejudicam a credibilidade do exame e da educação brasileira. "É uma falta de respeito. Quando comecei a prova, ninguém sabia de erro nenhum. É uma prova nacional e isso prejudica muito a credibilidade", disse.
O estudante Enrico Dias de Moura, 21 anos, disse que uma prova com a importância do Enem teria se ser mais bem elaborada. "Falta revisão, parece desleixo", disse.
Para a estudante Daniele Cristina da Silva Sousa, 17 anos, os problemas do primeiro dia são um alerta para reforçar a atenção neste domingo. "Estou tranquila, mas a atenção será redobrada. Quem estudou está seguro de si. Não concordo em fazer outra prova, porque quem estava atento percebeu o erro", afirmou.
Confusão
O primeiro dia de provas do Enem 2010, no sábado (6), foi marcado por confusão. Na saída, os estudantes reclamaram da inversão dos nomes das áreas na folha de respostas e de problemas na prova amarela. Alguns jovens reclamaram que preencheram o gabarito com as questões invertidas.
Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação que organizada o exame, 27% dos 4,6 milhões de inscritos faltaram à prova.
Em entrevista, ainda no sábado, o presidente do Inep, Joaquim José Soares Neto, disse que foi informado sobre o erro na impressão do caderno de respostas por volta das 13h. Segundo ele, a orientação aos monitores foi passada "imediatamente". "Amanhã [domingo], temos outro dia de exames e os estudantes devem planejar seu dia com tranquilidade. Com a prova de amanhã, está tudo garantido, tudo certinho. É importante passar essa calma para os estudantes."
Estudantes relataram que, neste domingo, a movimentação foi menor no local de prova que concentra o maior número de inscritos no Enem em Brasília. Mesmo sem trânsito e sem chuva, muitos estudantes tiveram que correr para chegar antes do fechamento dos portões, às 12h55, e outros não conseguiram entrar.
Brenda Trindade Alves, 16 anos, lamentou o atraso e culpou a falta de transporte público. "Saí mais cedo de casa, peguei ônibus para a rodoviária, mas lá demorou a passar ônibus. Fui bem na primeira prova. Fico chateada", disse.
Para Erica Cristina de Souza Silva, 19 anos, o prejuízo foi um pouco maior. Ela veio de Imperatriz (MA) só para fazer o exame em Brasília, mas não conseguiu entrar na sala de prova porque esqueceu o documento de identidade.
"Minha tia veio trazer minha carteira, mas não deu tempo de entrar. Eu morava aqui, quando me mudei para o Maranhão já tinha feito inscrição e não tinha como mudar o local de prova. Vim do Maranhão só para fazer o Enem. O sentimento é de muita tristeza", afirmou.
O estudante Eric de Carvalho também esqueceu a carteira de identidade, mas teve mais sorte e conseguiu receber o documento pela grade, depois do fechamento dos portões.
