O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Rio transcorre sob sol forte e sem engarrafamentos, ao contrário de ontem (6) – quando os 314 mil inscritos no exame, em todo o estado, tiveram que enfrentar chuva e lentidão no trânsito.
Ainda assim dezenas de candidatos chegaram atrasados e não conseguiram entrar nos locais determinados para a prova. Na Sociedade Unificada de Ensino Superior e Cultura (Suesc), onde houve um princípio de revolta entre os atrasados, pelo menos 15 alunos chegaram ao local do exame depois do fechamento dos portões, às 13h como determinou o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
No local, onde os atrasados garantem que no dia anterior houve pelo menos cinco minutos de tolerância, houve princípio de confusão: os alunos chutaram a porta e foi preciso a chegada de uma viatura da Polícia Militar para acalmá-los.
Um dos atrasados, Pedro Henrique Castro, de 18 anos, estudante do Colégio Pinheiro Guimarães, em Laranjeiras, zona sul do Rio, lamentou a demora na chegada do trem do metrô que o levaria para a Praça da República. “Cheguei ao Metrô, aqui do lado, e o trem levou mais de 15 minutos para chegar e eu tive que saltar e vir correndo feito um maluco, mas não deu tempo: cheguei aqui 1h04 e os portões já estavam fechados.”
Castro, que ia tentar uma vaga no curso de Ciências Econômicas na Universidade Federal do Rio de Janeiro criticou o sistema de distribuição de alunos nos locais de prova e a nacionalização do exame. “Está errado que um aluno como muitos dos que se atrasaram por aqui tenham que vir da Baixada Fluminense para prestar exame, como perto de sua casa seguramente tem locais de prova.”
Ainda nas proximidades da Praça da República, no Colégio dom Pedro II, onde cerca de 700 alunos prestam exame, apenas dois alunos chegaram após o fechamento dos portões. Um deles até chegou ao local em tempo, mas, nervoso, perdeu minutos preciosos tentando estacionar o carro e deu de cara com o portão fechado.
Já Diana dos Santos, de 34 anos, chegou ainda a tempo de fazer a segunda etapa da prova, mas esqueceu os documentos em casa, em Santa Tereza. Como teve que buscá-los, acabou perdendo o horário por apenas dois minutos. Em lágrimas ela, que tenta uma vaga para o curso de Educação de Física, lamentou: “Eu tentar somar pontos para passar para a UniRio [Universidade Federal do Estado do Ri] ou para a UERJ [Universidade Estadual do Rio de Janeiro] e agora deu tudo errado.”
