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Terça-feira, 25 de junho de 2024

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Acadêmico da FAIS conta sua experiência como portador de deficiência

Nesta sexta-feira, 3 de Dezembro – Dia Internacional do Portador de Deficiência, a Faculdade de Sorriso (FAIS) promove uma abordagem ao assunto em forma de entrevista com o acadêmico ...

Nesta sexta-feira, 3 de Dezembro – Dia Internacional do Portador de Deficiência, a Faculdade de Sorriso (FAIS) promove uma abordagem ao assunto em forma de entrevista com o acadêmico de Direito, Heder da Costa. O jovem de 25 anos, portador de deficiência causada por um acidente de trânsito fala de sua história e faz um chamamento à sociedade para o respeito e fim do preconceito.


REPORGEM: Há quanto tempo você é portador de deficiência e como aconteceu?

ENTREVISTADO: Há quatro anos. Sofri um acidente de trânsito. Estava andando de moto em uma rua e não percebi que havia uma lombada. Foi quando eu passei por cima dela, perdi o controle, cai e bati com as costas. Fui socorrido e levado para o hospital. Lá, me acordei na cama e percebi que não conseguia mover as pernas. Pensei que poderia estar imobilizado devido ao trauma. Mas, na verdade já estava com os membros inferiores paralisados.


REPORTAGEM: Como recebeu a notícia?


ENTREVISTADO: Perguntava aos enfermeiros porque não estava sentindo minhas pernas e eles não respondiam. Na verdade eles não são autorizados a falar. Somente o médico pode dar a noticia e foi isso que aconteceu. Quando o médico veio ao meu quarto ele me explicou que eu havia sofrido uma lesão na coluna e por isso não estava mais sentindo minhas pernas. Ele me disse que teríamos que aguardar um tempo para ver se haveria algum sinal de recuperação, mas também me disse que esta paralisação poderia ser para sempre.


REPORGAGEM: Como foi este momento para você?


ENTREVISTADO: Posso dizer que foi tranquilo. Eu não me desesperei porque isso não adiantaria. Consegui manter a calma e pensei comigo – o que tiver que ser será.


REPORGAM: A partir de então, o que mudou em sua vida?


ENTREVISTADO: Eu fiquei 40 dias internado em hospitais. Neste tempo não tive nenhum sinal de melhora, como até hoje não. Então, tive que me adaptar a esta nova realidade e continuo me adaptando. Mas, procuro levar uma vida normal. Frequento a Faculdade, faça musculação para fortalecer meus braços, pois agora mais do que nunca dependo muito dele e também trabalho.


REPORGEM: E o comportamento das pessoas com você, mudou?


ENTREVISTADO: Sim. Perdi todos os meus amigos, ou melhor, pessoas que se diziam amigas. Da minha turma de amigos, que não era pequena, restaram apenas dois. Mas, isso não me abala. Tive que fazer novos amigos e hoje tenho um novo circulo de relacionamento com meus colegas da Faculdade e também do meu trabalho.


REPORTAGEM: Você sofre algum tipo de preconceito?


ENTREVISTADO: Sim. Infelizmente as pessoas não sabem olham para um portador de deficiência com um ar de pena. Isso não é legal, pois não preciso disso. Nenhum portador de deficiência, seja ela motora ou mental precisa de piedade. Somos pessoas normais. Apenas temos uma limitação, mas no fundo somos iguais a todos.


REPORTAGEM: Além do preconceito, qual outra dificuldade que você enfrenta como portador de deficiência.


ENTREVISTADO: A falta de respeito das pessoas com relação ao nosso direito de acessibilidade. A sociedade ainda não se conscientizou quanto ao nosso direito de ir e vir. Não temos calçadas rebaixadas para andar livremente pelas calçadas, não temos acesso à comércios que não fazem rampas e nem tão pouco temos a vaga de trânsito respeitada. Até mesmo na Faculdade, onde existe uma infraestrutura de acessibilidade as pessoas acabam desrespeitando as leis. Muitas vezes chego para assistir aula e minha vaga no estacionamento está ocupada. As pessoas precisam ter consciência disso, afinal, é nosso direito e ele deve ser respeitado.


REPORTAGEM: Que mensagem você deixaria neste Dia Internacional do Portador de Deficiência


ENTREVISTADO: Respeito. É só isso que precisamos e nada mais. O fato de estar numa cadeira de rodas não significa que sou inferior ou superior há alguém. Apenas tenho uma limitação, o que acaba me diferenciando das demais pessoas. Mas, no fundo, somos todos iguais e queremos viver nossas vidas com dignidade e respeito
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