Estudantes que fizeram o vestibular da Fuvest neste domingo (9), na disputa pelas 10.752 vagas oferecidas pela USP (Universidade de São Paulo) e pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa, encontraram um tema abstrato e complicado na redação exigida.

A prova pedia que os candidatos escrevessem sobre o altruísmo e o pensamento a longo prazo no mundo atual.

Foram dados quatro textos de apoio e uma figura para que os alunos se baseassem na hora de fazer a redação, do tipo dissertativa - em que o vestibulando deve assumir um ponto de vista e defendê-lo.

Um dos textos contava uma passagem da vida do arquiteto e paisagista Burle Marx, responsável por projetar o paisagismo do Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, da Embaixada do Brasil em Washington, nos EUA, e outros projetos.

O trecho em questão dizia que Marx trouxe para o Brasil a semente de uma árvore que só germina a cada 50 anos.

O paisagista teria justificado o plantio da árvore dizendo que ele queria deixá-la para que outros a vissem no futuro, assim como ele encontrou a árvore em uma viagem ao exterior porque outras pessoas que a plantaram não haviam vivido o suficiente para vê-la, mas pensaram nas gerações futuras.

A estudante Sílvia Covas, de 21 anos, achou o tema cobrado interessante e não muito difícil.

Ela já cursa psicologia no Mackenzie e tenta obter uma vaga no recém-criado curso de educomunicação da USP - é a primeira vez que a carreira é oferecida no processo seletivo da Fuvest.

...- Muita gente não tem segurança quando presta vestibular pela primeira vez. Não é o meu caso, porque eu já estudo em uma universidade.

Ricardo Fukui, de 31 anos, achou o tema da redação "batido", e diz ter deixado uma questão de português em branco, entre as dez cobradas.

Já Matheus Lopes Favato, 16, achou a prova "muito tranquila", sem grandes dificuldades. Ele é treineiro, e quer prestar administração ou publicidade no futuro.