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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Universitários fazem mercado de aluguel de imóveis crescer até 35%

Ainda com resquícios de tinta do trote que recebeu após fazer matrícula do curso de jornalismo da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP) na última segunda-feira (14), a estudante Mariana Bastos, de 19 anos, saiu da Cidade Universitária na companhia da mãe em busca de um lugar para morar em São Paulo. Mariana, que morava em Amparo (SP), encontrou uma casa para estudantes no bairro do Butantã, pertinho da USP, no mesmo dia em que fez matrícula. Ela e outros estudantes recém-aprovados nos vestibulares das principais univesidades do país provocam um "boom" no mercado de aluguel de imóveis neste início do ano.


Em São Paulo, o mercado de moradia estudantil aumenta em 30% o volume de contratos de locações fechados de janeiro até março, segundo o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP). Em Campinas, onde fica a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), este número cresce 35%, de acordo com o sindicato local. No Rio, o mercado também se aquece com os universitários, embora o sindicato não tenha um percentual do quanto representa esta movimentação de mercado.

Dicas do Secovi para quem vai alugar um imóvel
Estrutura: É importante visitar o imóvel, ver se os quartos são bons, se o banheiro está em ordem e verificar a infraestrutura do bairro, especialmente nas questões de segurança e transporte.

Prazo: Os contratos de aluguel de imóvel têm validade de no mínimo 30 meses. Mas para o estudante que vai fazer sua primeira locação de imóvel, as imobiliárias recomendam incluir uma cláusula na qual após 12 meses o locatário pode rescindir o contrato sem o pagamento de multa.
Contrato: É importante ter um fiador ou algum seguro garantidor do pagamento. No caso de o imóvel ser alugado por mais de um estudante, o contrato deve constar os nomes de todos os moradores. Dividir o imóvel que esteja no nome de uma só pessoa pode configurar sublocação clandestina, o que é contra a lei do inquilinato.

Mariana comemora a casa 'nova'. “Vou ter um quarto só para mim. Na casa moram outras quatro meninas, vamos dividir uma cozinha coletiva”, diz a caloura, animada com a experiência de ir morar sozinha pela primeira vez. A futura jornalista Mariana vai pagar R$ 600 de aluguel por mês, adiantado. O acordo foi feito direto com a proprietária. “Dá para confiar, achei melhor desta forma do que procurar uma imobiliária”, disse a estudante.

A estudante não se enquadra no perfil de alunos de baixa renda que podem concorrer a vaga nas moradias fornecidas pelas universidades públicas, como o conjunto habitacional da USO conhecido como Crusp. O jeito, então, para quem tem de mudar de cidade para fazer o curso superior, é morar em repúblicas ou em imóveis alugados.

Morar perto da faculdade
Na capital paulista, a procura dos estudantes é por imóveis de um e dois dormitórios, sem luxo, e com valor baixo de condomínio na região do Butantã, que fica perto da Cidade Universitária, onde se encontram a maioria das unidades da USP. Bairros como Vila Buarque e Higienópolis (Mackenzie e Faap), Centro e Liberdade (FMU) e Vila Mariana e Vila Clementino (Unifesp) também são muito procurados pelos universitários.

Em Campinas, a procura maior dos universitários é para morar perto da Unicamp ou PUC, como nos bairros de Barão Geraldo e Mansões Santo Antônio, ou no Cambuí, na região central da cidade. Apartamentos de um e dois dormitórios e casas com várias suítes, projetadas para receber estudantes, são os imóveis preferidos. Os aluguéis dos estudantes em Campinas são em média entre R$ 800 e R$ 900. No Rio, a procura por imóveis conjugados (cômodo e banheiro) e por sala e quarto é intensa, principalmente na Zona Sul, Tijuca e em Niterói.

A estudante Ana Paola Tanganini, de 18 anos, passou em medicina na Universidade Federal do Ceará. Fez as malas, despediu-se dos pais, e foi morar em Barbalha, cidade próxima a Juazeiro do Norte, quase divisa com Pernambuco. Alugou com mais dois estudantes uma casa construída para receber universitários em um condomínio fechado. São três suítes, sala, cozinha, lavabo e área de serviço. O aluguel é R$ 550 mais R$ 150 de condomínio.

“Foi uma correria, a maioria das casas que procurei nas imobiliárias já estava ocupada, mas com a ajuda de moradores e dos colegas consegui encontrar este imóvel”, comemora Ana Paola, que pagava R$ 900 de aluguel quando fazia cursinho em São Paulo. "Consegui um lugar pertinho da universidade, vai ser ótimo", diz.

Estudantes mais comportados
Para quem acha que alugar casa para estudante é um grande risco de ver o imóvel prejudicado por festas e bagunça, o Secovi diz que o perfil deste público mudou. “Os estudantes estão mais responsáveis. Os contratos têm cláusulas para danos materiais, os imóveis são vistoriados antes e depois da locação e não tivemos muitos problemas”, diz Rosana Chiminazzo, diretora da regional de Campinas do sindicato.

A inadimplência também é baixa. As imobiliárias exigem um garantidor do pagamento dos aluguéis, como um fiador, títulos de capitalização imobiliária (um a espécie de “caução” que custa de 10 a 12 vezes o valor do aluguel a ser paga no momento do contrato e garante ao proprietário que o locatário terá dinheiro no caso de qualquer eventualidade).

“Também temos fechado muitos contratos com o uso do seguro fiança locatícia”, explica Antonio Paulo Monnerat, vice-presidente de locação do Secovi-RJ. O seguro garante ao proprietário o recebimento dos aluguéis e de outras despesas mensais quando o inquilino deixar de pagar o aluguel.
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