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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Escola quilombola de Jequié (BA) recebe Selo pela Igualdade Racial

Uma escola de educação quilombola, em Jequié, na região sudoeste da Bahia, reconhecida pelo Ministério da Educação, tem contribuído para a preservação da cultura negra por meio...

Foto: Divulgação

Escola quilombola de Jequié (BA) recebe Selo pela Igualdade Racial
Uma escola de educação quilombola, em Jequié, na região sudoeste da Bahia, reconhecida pelo Ministério da Educação, tem contribuído para a preservação da cultura negra por meio de oficinas de arte. Pelo trabalho desenvolvido com os estudantes, a escola recebeu no último dia 21 de março, em Brasília, o Selo pela Igualdade Racial.


As crianças do Colégio Estadual Duque de Caxias se divertem com tradições da cultura negra, como a dança afro. “Eu acho a dança linda”, elogia a estudante Roseane Silva.

A arte da capoeira atrai os meninos. “Me sinto orgulhoso de estar representando a minha cor negra. Fico muito orgulhoso disso”, conta o aluno Eduardo Santos.

Outra turma prefere aprender a arte da percussão. “Eu me sinto à vontade porque é uma música e uma cultura que já nasceu com a gente aqui da escola quilombola”, diz o estudante Darlangil Figueiredo.

Em 2007, o Ministério da Educação reconheceu o colégio Estadual Duque de Caxias como uma instituição de educação quilombola. Depois disso e de implementar atividades curriculares que promovem a cultura negra e a relação de pertencimento entre os alunos, muitos deles descendentes de quilombolas, a escola ganhou um reconhecimento ainda maior, o Selo Nacional pela Igualdade Racial.

“Começamos a observar que o nosso povo, os nossos estudantes, não tinham a autoestima elevada, não se reconhecia como negro. E aí começamos a apresentar a cultura negra não como o colonizador apresentou, mas a verdadeira cultura negra, dos negros que vieram para cá e ajudaram a construir o nosso país, para que eles percebessem que pertenciam a um povo que tinha uma cultura, que tinha um saber e que foi fundamental para a construção da sociedade brasileira”, explica a diretora da escola, Ângela Eça.

As oficinas são oferecidas a 200 dos 783 alunos. Foram escolhidos os alunos em situação de risco, segundo os professores. Nas salas de aula, são feitas narrações quilombolas na oficina de estória. As crianças conhecem as estórias por meio de livros. A pintura vem da imaginação depois de escutar tudo o que o outro diz. Mas o conhecimento sobre a cultura afro não está apenas nos livros. Muitos deles vivem no próprio bairro Barro Preto, onde a escola está inserida, onde há inúmeros descendentes de quilombolas. A realidade deles é levada para dentro da sala de aula.

“A gente faz estas leituras destas histórias contadas da zona rural, e aí traçamos um paralelo junto com as histórias contadas pelos moradores deste bairro. Os alunos vão a campo, fazem a pesquisa, ouvem os mais velhos e, com isso, vamos coletando as histórias quilombolas do bairro Barro Preto, que é onde a escola está inserida, para também construir uma história quilombola do Barro Preto’, diz a professora Claudiane Nascimento.
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