Alunos em sala de compensado, teto que desaba em meio ao pátio da escola, paredes rachadas, professores desgastados e alunos desrespeitando seus ‘mestres’. São vários fatores integrantes de uma realidade que compõe a educação em Mato Grosso e que por isso, cada vez mais, tira a educação pública da referência da sociedade. Aliás, essa perda do título de ‘um exemplo a ser seguido’, é descrita com tristeza pelos professores que lutam “não para viver, mas para sobreviver”.
O coro de descontentamento com a importância dada pelo governo à educação pública no estado foi entoado por cerca de 200 profissionais da educação que
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integraram mais uma manifestação, desta vez, na Praça Santos Dummont, na região central de Cuiabá. Uma delas, Deise Agne tem 53 anos e há 24 integra o sistema de educação pública, reclama que entre os profissionais de nível superior, os professores possuem o menor salário, mesmo se o reajuste for alcançado.
Entretanto, a luta salarial fica em apenas um patamar das reclamações. O descaso e a falta de respeito, também são pautas. Gilson Romeu, vice-diretor da sub-sede do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep), lembra que há anos a classe vem sendo desrespeitada pelos governantes, e que isso reflete diretamente na relação entre professor e aluno. “Se quem está em cima não respeita, imagina o aluno em classe. Por isso tem estudante batendo em professor”, dispara.
Aliás, a classe tem demonstrado um forte descontentamento com a atuação da atual gestora da pasta de educação, Rosa Neide. Segundo um grupo de professores, ela estaria fazendo ameaças para tentar calar o que há de ser dito. “Ela não tem competência para arrumar as escolas ou lutar pela educação, a competência dela é usada só para ir a programa de TV e ameaçar os professores”, reclamam indignados. Mesmo assim, eles afirmam que vão continuar lutando e que não vão ‘assinar em baixo do caos’.
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E assim segue o movimento, com o governador Silval Barbosa desmarcando reuniões mesmo em um mar de protestos. E assim também a movimentação vem ganhando cada vez mais seguidores. Cláudio Dias está a apenas três anos atuando na área, mas já está apto a observar que o governo desrespeita a própria constituição. “A lei diz que o ser humano tem que ganhar um salário que dê conta das necessidades básicas, mas o nosso piso não proporciona isso”, exclama sem ser atendido.
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