Olhar Direto

Sábado, 20 de julho de 2024

Notícias | Educação

Reitor diz que fechou PUC por causa de 'ousadia preocupante' de alunos

Foto: Divulgação

Reitor diz que fechou PUC por causa de 'ousadia preocupante' de alunos
O reitor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) afirmou, em entrevista ao SPTV nesta sexta-feira (16), que decidiu fechar o campus Perdizes porque "a ousadia [dos estudantes] foi crescendo de uma forma que criou situação sumamente preocupante". Ele disse ainda que permite festas "evidentemente dentro daqueles padrões razoáveis".


A medida foi tomada após estudantes divulgarem a realização do 1º Festival de Cultura Canábica. Por intermédio do ato nº 127/2011, publicado no portal de internet da PUC, o reitor proibiu a circulação de pessoas não autorizadas pelos edifícios Cardeal Motta e Bandeira de Mello.

A Associação de Professores da PUC (Apropuc) criticou a forma como o reitor Dirceu de Mello suspendeu as aulas no campus Perdizes. Para a entidade, ele deveria ter conversado com os estudantes antes de tomar a decisão.

"Qualquer medida que tem que ser tomada na universidade tem que ser dialogada”, afirmou ao G1 a presidente da Apropuc, Maria Beatriz Abramides. “Ela é um espaço democrático, os professores, os alunos e os funcionários fazem parte da universidade”, disse.

A professora citou a ex-reitora da PUC, Nadir Kfouri, que morreu na noite da terça-feira (13), ao afirmar que “numa universidade, o que deve prevalecer é justamente o aspecto educacional”.

Segundo Maria Beatriz, Nadir - que foi reitora da universidade entre 1977 e 1964, durante a ditadura militar -, defendia que os professores sempre reagissem de forma pedagógica quando a juventude tentasse “enfrentar determinadas normas estabelecidas”.

A presidente da Apropuc afirmou que, segundo Nadir, só assim seria possível “contribuir para o crescimento e para a afirmação de nossa juventude. E não é pela repressão que vai se alcançar esses objetivos”.

Nadir Kfouri foi a primeira reitora mulher do Brasil. Antes de morrer, ela ainda era professora da Faculdade de Ciências Sociais da PUC. Na quinta-feira (15), apenas as aulas dessa faculdade haviam sido suspensas em homenagem à ex-reitora. Ela foi enterrada na quarta-feira (14).

Ato pela liberdade
Em protesto contra a decisão da reitoria, os estudantes que organizavam o evento decidiram realizar um ato pela liberdade. O protesto está marcado para as 16h20 também desta sexta-feira na Rua Monte Alegre, em Perdizes, Zona Oeste de São Paulo, onde fica o principal campus da universidade.

A entrada do campus está fechada. Estudantes e funcionários que não sabiam da determinação da reitoria e foram para a PUC-SP encontraram os portões fechados e um comunicado da reitoria colado na entrada explicando as razões do fechamento.

Apesar de os portões do campus estarem fechados, alguns serviços seguem funcionando normalmente. Entre eles estão a Clínica Psicológica "Ana Maria Poppovic" e o Núcleo de Prática Jurídica Escritório Modelo “D. Paulo Evaristo Arns”, onde alunos de diversas carreiras, supervisionados por professores, oferecem serviço gratuito à população.

‘Condutas reprováveis’
A medida foi tomada pelo reitor Dirceu de Mello após estudantes divulgarem a realização do 1º Festival de Cultura Canábica.

Por intermédio do ato nº 127/2011, publicado no portal de internet da PUC, o reitor proibiu a circulação de pessoas não autorizadas pelos edifícios Cardeal Motta e Bandeira de Mello. O reitor cita em sua decisão uma série de determinações que visam combater o consumo de álcool e drogas.

Dirceu de Mello alega que as festas nas noites de sexta-feira na PUC ganharam “proporções inadmissíveis” por causa do barulho, do “não dissimulado uso de bebidas alcoólicas e entorpecentes, afora outras condutas reprováveis”.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet