Tirar a tecnologia da sala de aula e levar para a vida real é disciplina obrigatória na universidade, vale nota na graduação e conta muito na formação dos novos profissionais da área. Eles aprendem a desenvolver o espírito empreendedor e a capacidade de inovar: duas qualidades muito cobiçadas pelo mercado.
Estudantes de informática da Universidade Federal de Pernambuco criaram um sistema de monitoramento de vagas em estacionamento usando imagens das câmeras de segurança. É só apertar um botão e ver no monitor onde há vagas para estacionar. Assim, os motoristas checam em tempo real como está cada área do estacionamento. "Se ele quiser chegar mais próximo ao boliche ou ao cinema, ele vai ver que tem mais vagas ou menos vagas disponíveis ali e pode até escolher outra área”, explica o universitário Arlington Rodrigues.
A tecnologia também pode tornar mais rápida e fácil a compra de ingressos para jogos de futebol, teatro ou cinema. O programa que faz a conexão de consumidores com empresas que vendem tickets é uma criação de recém-formados em computação. “Hoje você tem que imprimir um e-mail, trocar um voucher. Com o nosso aplicativo você pode entrar diretamente com o celular”, diz Thiago Diniz. É só mostrar na entrada do local o código de barras na tela do celular. "A gente faz a leitura e a validação do ticket e o próprio celular lê e identifica o ticket", explica.
Outra inovação criada por estudantes de informática é um projeto que interliga viajantes a hotéis, restaurantes, serviços de táxi e atrações turísticas. “Tem indicações de museus, indicações de praias, de parques para diversas cidades do mundo”, conta im dos criadores. O programa também sugere roteiros, indica a distância para os pontos turísticos em qualquer parte do mundo e informa sobre preços e horários, de acordo com o perfil do turista. “Ele vai selecionar o ponto turístico desejado e vai incluir na sua agenda no horário que ele bem desejar. Por exemplo, o marco zero eu quero na segunda-feira, às 8 horas da manhã”.
Dezenas de empresas surgiram da cabeça de jovens estudantes. Se vão fazer sucesso ou não, ainda não dá para saber, mas, certamente, as universidades estão formando profissionais mais empreendedores. “Colocar na prática o que você aprendeu, isso sim é um grande feito, um reconhecimento. Você falar ‘eu não estou desperdiçando o meu tempo em uma universidade’”, avalia o aluno Dalton Pessoa. “São profissionais mais maduros que têm uma experiência mais próxima do mundo real, que normalmente eles não têm dentro de uma universidade”, diz o professor Cristiano Araújo.
