A Escola Estadual Nova Chance inicia no próximo dia 27 de fevereiro o ano letivo para 1,6 mil estudantes que cumprem medidas restritivas de liberdade em 24 unidades do sistema prisional de Mato Grosso. Na data, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) realiza aula inaugural com a participação de 150 alunos. A solenidade está marcada para às 14h, em Cuiabá, na Penitenciária Central do Estado (PCE).
Em 2012 a Seduc amplia em 20% o quantitativo de unidades atendidas, salta de 20 (2011) para 24 municípios com unidades instaladas. Passam a integrar o atendimento às unidades de Arenápolis, Nortelândia, Mirassol do Oeste e Alto Araguaia.
Criada em 2008, a Escola Estadual Nova Chance disponibiliza atualmente um quadro com 75 professores, para atender a 95 turmas previstas para este ano. Mas há possibilidade de ampliação considerando as especificidades do público e o número flutuante de matrículas.
“Já trabalhamos com a proposta de criação de mais uma turma na PCE para funcionar no período noturno e prestar atendimento a quem trabalha durante o dia. A educação é agente de transformação e acontece em todo lugar’, diz a diretora da E.E.Nova Chance, Celma de Lourdes Castro Rotta.
Acompanhamento e Currículo
A sede da unidade Nova Chance fica em Cuiabá, mas todo o trabalho de acompanhamento pedagógico é realizado pela equipe gestora in loco, que faz o reconhecimento das possibilidades e fragilidades dos ambientes de trabalho, contando com o auxílio das assessorias pedagógicas.
O respeito à identidade do cidadão e aos saberes que carrega fazem parte da rotina de aulas programadas para a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Trabalhamos na formação de nossos profissionais junto a Sala do Educador e construímos nosso currículo pautado em perspectivas, no crescimento pessoal e profissional. Dentro de sala de aula o respeito é muito grande. Se matrícula apenas aqueles que assim desejam. Não há obrigatoriedade. Temos conseguido bons resultados, alunos que já chegaram à universidade”, comemora.
Apesar da criação recente da unidade escolar, o direito a educação não era cerceado àqueles que cumprem medidas restritivas de liberdade. “Antes um dos Centros de Educação de Jovens e Adultos ofertava e possuía salas anexas nas unidades. Mudou-se a estrutura para prestação desse atendimento”, explica Celma.
Enem Carcerário
Dados da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) indicam que 315 reeducandos inscreveram-se para a realização do Exame Nacional do Ensino Médio Carcerário realizado em 2011.
A Sejudh ainda aponta que somando o número de estudantes atendidos nas escolas municipais do interior do Estado deve chegar a 1,9 mil o número de alunos atendidos pela rede pública em 2012 no Sistema Prisional. Além dos projetos educativos, o sistema prisional oportuniza uma série de medidas visando a ressocialização.
