Os projetos de quatro estudantes mato-grossenses que participaram da 10ª Edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) resultaram para o Estado dois prêmios; um internacional e outro de destaque nacional. O evento nacional ocorreu de 13 a 15 de março, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP).
Jennifer Teodoro Barros, 17, que cursa o 3º ano do Ensino Médio na Escola Estadual Porfíria Paula de Campos, em Várzea Grande, ganhou o prêmio internacional Jovem Cientista Feminino. Por sua vez, o projeto apresentado por Guilherme Weber, 17, que concluiu em 2011 o Ensino Médio na Escola Estadual Querência, localizada na cidade de mesmo nome, foi escolhido como destaque nacional pela revista Segmento.
A estudante participou dos três dias de feira juntamente com os colegas Diogo Henrique Rodrigues e Dennys Silva Azevedo. Na ocasião apresentaram um projeto desenvolvido desde agosto de 2011 na escola, sobre Geociência, que estuda as mudanças climáticas através de uma miniestação metereológica. Já Guilherme Weber expôs um projeto sobre farmacologia com a seguinte temática: “a Quina no tratamento dos esporões calcâneos”.
“Fiquei muito feliz com o prêmio. Foi a primeira feira de Ciências fora do Estado que participei e ainda fui a única pesquisadora que ganhou esse prêmio”, disse Jeniffer ao lembrar que 900 estudantes de todo País participaram dessa edição de Febrace, sendo que desses 400 eram mulheres.
Para o estudante Weber, a conquista do destaque nacional contribuiu para demonstrar que “em Mato Grosso existe pesquisadores que produzem descobertas científicas, mesmo em cidades pequenas como Querência”, localizada a 740 km de Cuiabá. Além do destaque, o estudante Weber foi convidado por um olheiro para representar o Brasil na 1º Feira Internacional de Ciências do Equador, que será realizada em Ambato, entre os dias 26 a 28 de abril.
Projetos
A miniestação metereológica desenvolvida pelos estudantes de Várzea Grande consiste numa estrutura de madeira, estilo caixa que contem em seu interior termômetros para medição das temperaturas interna e externa, além de aparelhos que medem a umidade relativa do ar, índice pluviométrico, direção e velocidade do vento e radiação solar. A professora orientadora do projeto, Mainara Biazati Gouveia conta que todos os 300 alunos da Escola Porfíria Paula participam do projeto no trabalho de coleta de dados.
Ela explica que a coleta ocorre em sala de aula, na área externa da unidade e em locais como o Aeroporto Marechal Rondon e Escola Estadual José Leite de Moraes, que possuem estruturas semelhantes. “Com o passar do tempo podemos verificar, através dos dados obtidos na miniestação, as mudanças de temperatura, variações de umidade, entre outros. Essas informações proporcionam aos professores trabalharem diversos temas como: efeito estufa, umidade relativa do ar e conforto térmico”, disse.
O projeto também inclui a análise de imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para avaliações das mudanças no espaço físico da cidade. “Isso tem contribuído para trabalhos de campo no bairro da escola e em outras localidades, onde os alunos discutem com os moradores a importância de cuidados com o meio ambiente, e da recuperação de áreas degradas”, citou Manaira.
Em seu projeto o estudante oriundo da Escola de Querência, em parceira com o professor orientador, Ricardo Rodrigues de França, desenvolveu um produto farmacêutico capaz de eliminar os esporões calcâneos que afligem muitas pessoas. “A essencial da fórmula é baseada na quina. Também criamos outras misturas que foram adicionadas, mas ainda podemos divulgar, porque pretendemos fazer a patente”, disse Weber.
“Essa substância quando aplicada sobre a pele onde está o esporão, ou joanete quando ele surge na parte da frente do pé, é capaz de dissolvê-lo. A aplicação tem que ser feita uma vez por dia e com isolamento do local com saco plástico, isso facilita a dilatação dos poros e entrada da substancia de maneira concentrada que irá eliminar a inflamação e recuperar a pele”, disse Weber ao citar que a ideia é desenvolver o produto em escala comercial.
