O regime de cotas nas instituições de ensino estaduais pode ser ampliado. O Governo estuda adotar o sistema no Colégio de Aplicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Mas ainda há muito o que debater. O projeto ainda está sendo discutido pela Secretaria da Casa Civil, a pedido do governador Sérgio Cabral. E seria baseado no sistema de cotas que já existe na Uerj, como informou o Bom Dia Rio.

A universidade foi a primeira grande instituição de ensino do estado a reservar vagas para quem se declarar negro ou indígena. O sistema começou em 2003 e reserva 20% das vagas para esses estudantes. Outros 25% das vagas são reservados para alunos de escolas públicas, filhos de bombeiros e policiais e deficientes físicos.

O atual diretor do Cap da Uerj, Lincoln Tavares, foi um dos relatores do projeto na universidade. Mas tem dúvidas se o sistema funcionaria na escola. “Ele precisa ser implementado respeitando a cultura da instituição. Processos de decisão aqui já tem se iniciado no sentido de repensar o acesso a esta unidade, a esta escola básica”, disse o diretor.

Atualmente só existem duas formas de entrar no colégio: um sorteio no primeiro ano do ensino fundamental ou uma prova no sexto ano. O Cap da Uerj tem hoje 1.086 alunos, do ensino fundamental ao ensino médio. O diretor defende um amplo debate com alunos, pais e professores sobre a política de cotas.

“Discussão é fundamental, sem discussão a gente não promove uma política pública em educação que tenha sucesso, eficácia, e que realmente atinja os reais beneficiários”, disse Tavares.

A Secretaria estadual da Casa Civil informou que, depois de pronto, o projeto de lei será enviado para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A Casa Civil não comentou as declarações do diretor do Colégio de Aplicação da Uerj.
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