A primeira fase do vestibular da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi realizada nos dias 4 e 5 de agosto nas cidades de Goiânia (GO), Ituiutaba (MG), Monte Carmelo (MG), Patos de Minas (MG), Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG). Dos 17.085 inscritos, 5.843 não comparecem nos dois dias de exame, cerca de 34,2% segundo a diretoria de comunicação da instituição.
Os candidatos precisam refazer as provas por causa de uma fraude no exame realizado no começo de junho, que resultou no cancelamento do vestibular. Para que tudo corresse bem nessa nova fase, as polícias Militar e Federal acompanham o processo.
A segunda fase será realizada nos dias 18 e 19 de agosto, das 13h30 às 18h30. O resultado dos aprovados na primeira fase será publicado às 17h do dia 14 de agosto, e da segunda etapa, às 17h do dia 11 de setembro. A classificação geral sai também no dia 11 de setembro, às 20h.
Entenda o caso
O vestibular da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi cancelado no dia 24 de junho, segundo dia de provas da segunda fase do processo seletivo da instituição. O motivo foi o vazamento de algumas questões para uma estudante que tentava aprovação no curso de Medicina. A candidata foi detida e confessou o crime. Um funcionário da universidade é suspeito de envolvimento no caso. Ele teria repassado uma cópia da prova à aluna.
O caso foi descoberto por meio de uma denúncia feita por um curso preparatório de vestibular ao Ministério Público (MP) no dia 6 de junho, logo após a primeira fase do vestibular, que foi realizada nos dias 3 e 4 do mesmo mês. Contudo, o Ministério Público optou por aguardar a segunda fase, onde de fato ocorreu a constatação da fraude. Diante disso, a Polícia Federal (PF) foi acionada e, no dia 23 de julho, cumpriu mandado de busca e apreensão na casa da candidata ao vestibular. Em depoimento ela confessou o esquema. Na residência dela foram encontradas diversas questões da segunda fase do processo seletivo.
O inquérito ainda não foi concluído pela Polícia Federal (PF). Segundo o delegado que conduz o caso, Ricardo Ruiz, as investigações só terão fim após a análise das fitas que contém as imagens do circuito interno da gráfica onde eram impressas as provas do processo seletivo. O delegado não soube informar quantas horas de gravações restam ser analisadas nem em quanto tempo poderá concluir o serviço.
O cancelamento gerou protestos e as provas foram remarcadas sem que os candidatos tivessem que arcar com o custo da inscrição. Um prejuízo de quase R$ 1 milhão para a Universidade. "O conteúdo é o mesmo e a prova foi pensada para ficar mais ou menos nos mesmos padrões e níveis de dificuldade das questões relacionadas à prova anterior. Então isso foi muito bem pensado pelos professores, colaboradores e pela coordenação”, explicou o diretor de processos seletivos da UFU, Gilmar da Cunha Sousa.
