Com tanta festa no Vale do Anhangabaú, na virada do centenário do Corinthians, os torcedores dormiram mais um pouco na manhã desta quarta-feira, dia do aniversário do clube. Mas, aos poucos, as camisas foram aparecendo pelo centro da capital paulista. A diretoria fez campanha para o “Dia em Preto e Branco”, incentivando os apaixonados pelo Timão a adotarem a moda alvinegra neste 1º de setembro: valia pendurar bandeira na sacada, ir para a escola de uniforme do Corinthians ou improvisar um modelo mais formal, nas duas cores, para ir trabalhar.

O local da comemoração da noite passada já estava ocupado pelo vai e vem dos trabalhadores, mas o palco montado para os shows ainda permanecia por lá. Ao olhar para o Vale, Cássio Vasconcellos lamentou não ter participado com a multidão de 130 mil pessoas. Afinal, o professor de educação física precisava acordar cedo para trabalhar. Para compensar, colocou a camisa do Timão para exibir nesta data tão especial.

O office-boy Anderson Leandro também tinha que chegar cedo ao serviço nesta quarta. Mas fez o sacrifício de não dormir só para participar da festa no Anhangabaú. Apressado e uniformizado, ele só parou para contar que a noite da virada tinha sido maravilhosa.


Anderson foi trabalhar com a camisa do Timão nesta quarta-feira (Marcos Ribolli / Globoesporte.com)- Adorei todos os shows e cheguei em casa às 3h da manhã. Nem dormi, vim direto para o trabalho. E de camisa, pois o chefe não fica bravo - ressaltou o torcedor.

No Parque São Jorge, território corintiano, a história era outra: muitas camisas do Corinthians, e pessoas já na fila para comprar ingressos para o próximo jogo, que será neste sábado, contra o Goiás, às 18h30m, no Pacaembu. Nas arquibancadas da Fazendinha, Richard observava o campo ainda vazio, esperando a chegada dos jogadores, que só treinariam à tarde. No colo, seu bem mais precioso: o filho Tomas Jorge, de 1 ano e 4 meses. O segundo nome, é claro, foi em homenagem a São Jorge, padroeiro do Timão.

Na porta do clube, um grupo equipado com bandeiras e uniformes cantava e pulava para celebrar o aniversário alvinegro. O placar eletrônico do clube ainda estava atrasado: citava os 99 anos de existência, que viraram 100 nesta quarta. Mas quem não estava atrasado era Walter Lambiazzi, de 51 anos. O motorista de ônibus foi ao Parque São Jorge dirigindo sua prova de amor ao clube: um fusca todo estilizado com símbolos e cores do Timão. Carregando um bandeirão, o carro circulou e arrancou aplausos de quem passava. Walter mostrou ainda fotos de sua casa, onde até a geladeira é corintiana! E deu o próprio diagnóstico: faz parte do "bando de loucos".

- Não adianta tentar explicar, só quem é corintiano é que entende toda essa paixão - resumiu