O ex-prefeito de Vila Rica (MT) Leonídio Benedito das Chagas foi denunciado neste sábado pelo Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso por chefiar uma quadrilha de mais 35 pessoas que cometiam crimes contra o meio ambiente, fraude contra o sistema financeiro e de falsidade ideológica.

O grupo liderado por Leonídio grilava terras e explorava de forma ilegal madeira da Fazenda Califórnia, além de usufruir de recursos do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) com uso de documentos falsos.

Os danos causados ao meio ambiente por parte da quadrilha da Fazenda Califórnia foram avaliados em R$ 228.908.742,64.

O ex-prefeito de Vila Rica participou de todas as negociações irregulares do bando, segundo o MPF. Leonídio Benedito de Chagas seria um conhecido destruidor de florestas na região, de acordo com o procurador da República responsável pelo caso, Mário Lúcio de Avelar, sendo o principal responsável pelo desmatamento de 1.010 hectares de floresta nativa, dentro da área de preservação na Amazônia Legal de 2001 a 2005. Além dele, o engenheiro João Sérgio Sturmer era responsável por fazer falsos memoriais para validar escrituras públicas, contratos particulares e registros imobiliários.

O grupo dos 36 envolvidos se dividia em três subgrupos para cometerem os crimes: o primeiro comandava as fraudes e manipulava os papéis necessários; o segundo fazia os empréstimos junto ao BNDES para a exploração da madeira - sem o consentimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama); enquanto o terceiro era responsável por executar a extração ilegal da madeira.

Os criminosos foram denunciados graças à Operação Terra Fria, desencadeada em 2006 após a constatação de comercialização fraudulenta de títulos de propriedade e o desmate da Floresta Amazônica.