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Terça-feira, 30 de julho de 2024

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Conca reencontra ‘amuleto’, promete jogar a vida e paga com dois gols

Amizade, solidariedade, afinidade e sorte. Darío Conca e Lucas Rodríguez se conheceram na última terça-feira, mantiveram contato por telefone na quarta

Foto: Globoesporte.com

Conca reencontra ‘amuleto’, promete jogar a vida e paga com dois gols
Amizade, solidariedade, afinidade e sorte. Darío Conca e Lucas Rodríguez se conheceram na última terça-feira, mantiveram contato por telefone na quarta, e no reencontro, na noite de quinta-feira, no Engenhão, viveram mais um momento emocionante da recente, mas certamente duradoura, relação. Como forma de retribuir o carinho com que foi recebido pelo compatriota no Brasil, o craque argentino de futebol de cinco (para cegos) esteve presente no duelo entre Fluminense e Grêmio, pela 32ª rodada do Brasileirão. E a maneira como a partida se desenhou deixou a certeza de que o novo torcedor é (muito) pé-quente: com dois gols de Conca, o Flu fez 2 a 0 e se isolou na liderança da tabela.


Como se tivesse um roteiro, a noite dos argentinos se mostrou mágica (e profética) desde o primeiro abraço, na chegada da delegação tricolor ao estádio, quando o camisa 11 desceu do ônibus em direção a Lucas e prometeu:

- Vamos jogar a vida. E você vai ser nosso amuleto.

Dito e feito. No intervalo entre o bate-papo e os gols, no entanto, o bicampeão mundial de futebol de cinco viveu momentos de emoção. Convidado por Conca, esteve no vestiário para conhecer todos os jogadores e esbanjou simpatia. Logo no primeiro contato, mostrou o rotineiro bom humor ao brincar com o preparador fisco Ronaldo Torres.

- Ih, ele não tem cabelo – se divertiu, tirando sorrisos de todo o elenco.

Antes do aquecimento, foi apresentado a maioria dos jogadores, e elegeu Julio Cesar e Washington como os mais simpáticos. Nos braços, uma bola específica para sua modalidade toda assinada pelos companheiros da equipe Urece, que foi dada de presente para Conca e acabou sendo motivo também de diversão para alguns jogadores, que trocaram rápidos passes ao som do guizo. De Muricy Ramalho, ele relatou ter recebido um agradecimento pela visita e o pedido de que trouxesse sorte do Flu. Antes de sair do vestiário, porém, Lucas profetizou:

- Vai ser 2 a 0 para o Fluminense.

Enquanto os jogadores faziam a corrente final para a partida decisiva, o camisa 8 da seleção argentina se divertiu com o mascote Cartolinha, antes de dar a mão a Conca e entrar em campo com a equipe. Do gramado, ele subiu rapidamente para a arquibancada, de onde acompanhou a partida e voltou a brincar dizendo que era um bom lugar para se “ver tudo”. E, de fato, ele parecia mesmo estar vendo.

Encantamento com partida e profecia cumprida

Pelo som das arquibancadas, Lucas, de forma impressionante, conseguia distinguir a maioria das jogadas. Se a torcida tricolor gritava, era no campo ofensivo. Silêncio era sinal de meio-campo. E aflição ou gritos baixos da pequena torcida do Grêmio representavam perigo para os cariocas. Diante disso, um grito uníssono, aos 19 do primeiro tempo, foi fácil de identificar: gol! E gol dele: Darío Conca.

- Que lindo! Conca vai querer que eu fique sempre aqui, venha a todos os jogos – dizia enquanto comemorava.

A percepção e sensibilidade auditiva fizeram com que o argentino se encantasse também com a torcida tricolor, a quem repetitivamente se referiu como linda. A semelhança e a relação com Conca, fizeram com que Lucas fosse até mesmo assediado por torcedores em busca de fotos. Simpático, atendeu e se divertiu com todos, aproveitando cada instante de sua primeira partida em um estádio no Brasil. Apesar do currículo extenso com participações em Paraolimpíadas e Mundiais, a noite simples o marcou.

- O esporte me deu muita coisa. Eu jamais imaginei viver isso. Tenho medalhas olímpicas, títulos, mas o que ganhei de mais importante foram os amigos. Estou muito feliz – agradeceu pouco antes do segundo gol de Conca, aos 36 do segundo tempo.

Agradecimento do elenco pela 'sorte'

Em meio a mais uma comemoração, relembrou a profecia do vestiário e disse: “Eu falei! Eu falei”. Falou, e todo o time do Fluminense sabe disso. Tanto que, após a vitória, o “hermano” foi convidado por Conca para voltar ao vestiário e receber como agradecimento uma camisa autografada pelo elenco. No caminho ainda teve tempo para receber abraços de Belletti e Washington.

- Ele trouxe muita sorte. Vai ter que vir sempre – disseram.

Tímido como de costume, Conca evitou a imprensa para comentar a noite fantástica em campo. Sobre o reencontro com Lucas, porém, o camisa 11 falou:

- Ele foi pé quente. Me ajudou. Os gols foram para ele.

E assim terminou a noite em que Lucas Rodríguez, após dar um exemplo de superação para Conca, aprendeu ao menos uma expressão em português: pé quente.
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