Único jogador brasileiro da história do futebol australiano (jogado com as mãos, como veremos abaixo), Harry O'Brien virou ídolo na Terra do Canguru. Ele é um dos destaques do Collingwood. Quando não está nos gramados, marca presença em programas de TV, participa de clips musicais e comanda roda de pagode. Entrevista, só marcando com antecedência (assista ao vídeo da matéria que foi ao ar no Globo Esporte).
O nome dele soa estranho por aqui. Na verdade, a mãe do Harry nasceu no Brasil, só que o pai do atleta é do Congo, país africano. Quando Harry tinha 3 anos, a família foi morar na Austrália. Isso explica o sotaque carregado e a fala pausada em português.
Ele é torcedor do Flamengo e tem até uma bandeira do clube tatuada no braço. Apesar de dizer que tinha habilidade para o nosso futebol, optou pelo esporte de mesmo, mas bem diferente praticado na Oceania.
- Para me assimilar (sic) na cultura aqui, eu tinha que fazer o que geral estava fazendo. Então, tive que entrar para o futebol australiano - afirmou.
A principal diferença para o nosso futebol é que lá eles jogam com as mãos. O objetivo é avançar em direção ao gol, chutando, jogando a bola com a mão e correndo. Na finalização, o jogador deve chutar a bola. Se a redonda passar entre as duas traves centrais, vale seis pontos. Entre as traves laterais, um ponto. Um jogo de muito contato e cheio de trombadas.
O público comparece em massa aos estádios. A final da Liga de futebol australiano do ano passado foi como uma decisão de Campeonato Brasileiro. Nada menos do que 120 mil pessoas assistiram à vitória do Colligwood, de Harry.
- O clube tem a maior torcida, os torcedores mais fanáticos. Cada vez que eu pego a bola, geral fala: "O brasileiro tem a bola. Eu sou conhecido aqui no país como o brasileiro - afirmou.
Celebridade na Austrália, Harry acha que o seu maior trunfo no futebol australiano é a ginga tupiniquim.
- Uma coisa que os jogadores que nasceram aqui não têm.