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Sexta-feira, 20 de setembro de 2024

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Chegada da Seleção não empolga a terra do ídolo argentino Di Stéfano

Nada de euforia, camisas ou bandeiras da Seleção nas ruas. A pacata Los Cardales, de apenas 5.342 habitantes segundo o último senso argentino, segue a rotina de paz e tranquilidade e nem parece que vai ser o refúgio brasileiro durante a Copa América. Muitos moradores, inclusive, nem sabem da chegada de Robinho, Neymar e Cia. A cidade, que viu nascer o ídolo Alfredo Di Stéfano, já não respira mais o futebol como em outros tempos.


O clube de futebol mais tradicional da cidade está praticamente falido. O Social Unión Progresista, onde Di Stéfano disputou ligas amadoras nos anos 40, não tem mais departamento de futebol e está abandonado. Apesar disso, ainda conserva dois campos pequenos de futebol. Para ser sócio do clube basta pagar cinco pesos (R$ 2,50 por mês). As taças e as fotos foram roubadas. Não há qualquer arquivo para comprovar a passagem de um dos maiores jogadores da história do futebol.

- O Unión Progresista sobrevive de aniversários organizados no salão. Mas está longe de ser como antigamente. Ele foi ficando abandonado a partir dos anos 70 - garante Martin Bravo, de 62 anos, que mora em uma casa ao lado do clube.

VEJA A GALERIA DE FOTOS DE LOS CARDALES

Os poucos registros de Di Stéfano jogando pelo Social Unión Progresista estão no Bar Di Yorio, no centro da cidade. Fundado em 1925, em frente à Plaza Mitre, o local vai passando de geração para geração da família e conserva fotos e camisas autografadas do ídolo argentino.

Atualmente o bar é administrado por Alberto Di Yorio. Seu avô, Atilio, chegou a jogar junto de Di Stéfano em Los Cardales. Por isso, a família guardou as relíquias e, posteriormente, quando o ídolo argentino fez sucesso, conseguiu camisas autografadas.

- É como um pequeno museu. Isso faz a cidade não se esquecer que Di Stéfano começou aqui - disse Pablo Quinti, um dos frequentadores do bar, que faz sucesso na região por causa do sorvete de doce de leite.

O centro de Los Cardales fica a 12km do resort em que a Seleção Brasileira vai ficar concentrada. A cidade tem uma pequena praça e vários campinhos de várzea espalhados pelos bairros. A maioria em péssimas condições. Mas isso não impede crianças de se divertirem.

- É nossa maior diversão aqui. Não há muito o que fazer na cidade. Então, gostamos de jogar bola - disse Guillermo Novillo, de 13 anos, que não sabia da chegada da seleção brasileira.

- Nenhum amigo sabia disso. Mas eles vão ficar longe, na estrada. Não sei nem se minha mãe vai me deixar ir lá de bicicleta para tentar ver alguma coisa - completa.

Considerado pela Fifa um dos cinco melhores jogadores do século passado, Di Stéfano mudou-se com a família para Los Cardales em 1940. O pai era agricultor e se instalou na cidade após conseguir um emprego em uma plantação de batata. O ex-jogador ajudava o pai e, nas horas vagas, jogava bola. Logo conseguiu uma vaga no Unión Progresista, que disputava campeonatos em uma liga amadora da região. Aos 18 anos, Di Stéfano acabou sendo levado para o River Plate, onde se profissionalizou. Ele nunca mais voltou a Los Cardales depois de ir embora em 1945.
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