A Comissão de Educação e Esportes do Senado aprovou há pouco um requerimenrto convidando o ministro dos Esportes, Orlando Silva, a dar explicações sobre as denúncias de envolvimento em um esquema de cobrança de propina para repasse de recursos ao programa Segundo Tempo, criado pelo governo federal para incentivar crianças de baixa renda a praticar esportes.

No início dese mês o Ministério dos Esportes firmou convênio com a prefeitura de Rondonópolis para implantar o programa no município e beneficiar 2300 crianças da rede pública da ensino com atividades exportivas extra-classe.

Durante entrevista coletiva concedida ontem para prestar esclarecimentos públicos, Orlando Silva disse que o Ministério passará a fazer convênio apenas com prefeituras e órgãos públicos para evitar o desvio de recursos por partes de organizações não governamentais (ongs).

Alvo de denúncias publicadas neste fim de semana pela revista Veja, o ministro participará de forma voluntária de audiência pública conjunta, nesta terça-feira (18/10), das comissões de Turismo e Desporto e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara Federal.

A reunião originalmente discutiria os investimentos governamentais para a Copa do Mundo de 2014, mas o próprio ministro solicitou que aproveitasse a oportunidade para se defender das acusações. Nesta segunda-feira (17), Orlando Silva protocolou na Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido para que o Ministério Público Federal investigue as denúncias publicadas pela Veja.

As acusações foram feitas por João Dias, da Federação Brasiliense de Kung Fu e ex-militante do PCdoB (partido ao qual o ministro é filiado), e por Célio Soares Pereira, que, segundo a revista, seria uma espécie de faz-tudo do grupo que comandaria a arrecadação irregular de verba destinada ao programa. Conforme os relatos, o suposto esquema de irregularidades em convênios assinados entre o ministério e ONGs teria desviado mais de R$ 40 milhões em oito anos.