A saída de Kleber para o Grêmio serviu não só para o Palmeiras ganhar algum dinheiro, mas também para melhorar o ambiente que andava conturbado no CT. Sem querer se alongar em polêmica, mas alfinetando sempre que possível, o técnico Luiz Felipe Scolari distribuiu recados depois do empate por 1 a 1 com o Vasco, nesta quarta-feira, no Pacaembu. O início ameno na entrevista não impediu o comandante de externar sua satisfação com a transferência do atacante, que estava afastado do elenco há um mês.
Nas entrelinhas, o técnico fez críticas ao comportamento do jogador e se disse, agora, cercado de “bons espíritos”. Para Felipão, o ambiente tem melhorado nos últimos dias, principalmente na semana que antecedeu o empate por 2 a 2 com o Grêmio, em Porto Alegre.
– Os bons espíritos do mundo estão com a gente. Se olharmos os espíritos maus é claro que veremos coisas ruins. Não existe mágoa nem nada com essa situação. O tempo vai mostrar o que as pessoas são – afirmou Felipão.
Para outras perguntas sobre Kleber, o técnico apenas respondia: “o que eu tinha a dizer já está no site do Palmeiras”. No entanto, quando foi questionado sobre a qualidade técnica do Gladiador e se ela faria falta ao time, Felipão deu sua resposta mais enfática.
– O Kleber como jogador é bom, nunca vou dizer que não é bom jogador, porque é bom. Sempre coloquei que é um dos melhores jogadores do Brasil. Um dos melhores jogadores. Jogadores. Mas jogador de futebol não é só isso. Tem outras implicações... – disse o técnico, deixando no ar que a presença do Gladiador lhe incomodava.
Além da saída de Kleber, outro fator que influenciou no ambiente foi a chegada do gerente de futebol César Sampaio, há duas semanas. Conciliador e “bombeiro”, o dirigente tem tentado resolver tudo na base da conversa, até agora com sucesso. Ele já tem respaldo da diretoria e da comissão técnica e, aos poucos, ganha a confiança do elenco.
– Os resultados melhoraram porque o César clareou muita coisa, teve contato com o grupo e disse algumas coisas que o técnico não pode colocar. E aí todos vão entendendo. Algumas coisas foram esclarecidas e jogadores que imaginavam uma coisa viram que não era bem assim, começaram a pensar diferente. E agora o Palmeiras está aí. Se tivesse esse procedimento há mais tempo, poderíamos ter pelo menos uns dez pontos a mais na tabela – analisou Felipão.
Com 43 pontos, o Palmeiras está praticamente livre do risco de rebaixamento. Nas contas da comissão técnica, mais um pontinho nos próximos três jogos tranquiliza de vez o ambiente no clube.